Reforçando os itens previstos no protocolo sanitário elaborado por entidades representativas e integrantes da Secretaria Estadual de Saúde, o secretário educação de Pernambuco, Fred Amâncio, defendeu o retorno do ensino presencial. A medida alcança jovens com faixa etária acima de 15 anos e adultos que integram o ensino médio. Em entrevista ao Nossa Voz desta quarta-feira (23), Amâncio explicou o cronograma de retomada.
“No dia 06 começaremos com o 3º ano, na semana seguinte a gente retoma com os alunos do segundo ano e no dia 20 retomamos com os estudantes do 1º ano e com os integrantes da edução para jovens e adultos e das modalidades concomitantes e subsequentes do ensino técnico”, apontou.
De acordo com o secretário, a autorização contempla apenas escolas das redes privada e pública. “Não temos a rede municipal incluída nesse momento, para ela as aulas permanecerão suspensas para os estudantes do ensino fundamental e infantil. Vamos avaliar as duas etapas”.
É opcional
Apesar de apontar os benefícios da decisão, Amâncio destaca o caráter opcional. “Esse retorno é opcional, ou seja, nos casos em que os estudantes forem menores, os pais vão decidir se eles retornarão agora ou se permanecerão nas atividades não presenciais. Alunos do 3º ano foram priorizados porque estão no último ano e não terão o próximo para recuperar a aprendizagem. Estão também se preparando para o Enem e para o SSA que vai ocorrer em janeiro”.
Sendo assim, para o evitar o retrocesso nessa flexibilização, as escolas públicas e privadas precisam observar os protocolos sanitários que foram estabelecidos pelo governo do estado. “Ele tem mais de 60 medidas, mas dizendo as principais que são básicas e adotadas por todas as escolas do mundo, a maior parte das escolas do mundo já retomaram as suas atividades, mas seguindo os protocolos básicos.
- Uso obrigatório de máscara – “Inclusive nas nossas escolas nós vamos dar as máscaras para os alunos. Para os professores, além das máscaras, daremos uma proteção extra que são as face shields”.
- Medição de temperatura e (…) verificação permanente – “Se tem algum sintoma, não importa se é aluno, professor ou qualquer pessoa dentro da escola, se apresentar sintoma não pode ficar na unidade”.
- Lavagem permanente das mãos e uso de álcool gel
- Distanciamento – “Pelo menos 1,5 metro em todos os ambientes da escola. Todos devem evitar o contato físico”
Fred Amâncio ainda acrescentou que haverá a redução do número de estudantes em sala de aula para garantir a disposição segura das mesas e cadeiras. “As escolas terão que se adaptar para manter o distanciamento e provavelmente usarão o sistema de rodízio”, opinou.
Servidores e funcionários
Amâncio ainda repassou o cronograma de retorno dos trabalhadores da educação. “As equipes de gestão voltaram às unidades essa semana. Depois farão a acolhida dos professores na próxima semana, para que ocorra, na semana seguinte, a retomada das aulas. Professores que tenham acima de 60 ou comorbidades ou doenças crônicas, que o médico não indique o retorno deles às atividades, esses não estarão nas aulas presenciais, mas atuarão nas atividades não presenciais já que em todas as escolas haverá atividades presenciais e não presenciais”.
Em caso de descumprimento das regras, os pais serão convidados a comparecer nas unidades. “Caso estudante não cumpra os protocolos vamos conversar com os pais para eles nos ajudem no processo de adaptação dos estudantes. A participação dos pais é extremamente importante, não apenas no cumprimento das regras, inclusive eles devem também fiscalizar o trabalho das escolas. Não importa se são públicas e particulares. As escolas manterão contato com todos os pais para saber quais estudantes retornarão para a gente inclusive direcionar as atividades presenciais ou não as presenciais”.
Como já foi possível perceber, o secretário é defensor do ensino presencial. A aprendizagem realmente acontece no dia a dia da escola”, declarou relembrando ainda fatores preocupantes quanto a ausência do alunado como a alta na evasão escolar, ingresso no crime, uso de drogas.
“Trata-se de uma autorização e os protocolos estão prontos. Só devem retornar as escolas que estiverem realmente preparadas. (…) Vamos continuar oferecendo as atividades não presenciais, mas temos a obrigação de dizer, se não as escolas funcionariam sem ser presencialmente. As atividades presenciais são mais completas”.