Sobre 07 de setembro, Miguel demonstra preocupação com acirramento entre poderes e rechaça bravatas: “Lugar de grito é o hospício”

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Atendendo à convocação feita por Jair Bolsonaro, apoiadores do presidente que residem em  Petrolina e Juazeiro foram às ruas no último dia 07 de setembro. Atento à motivação das mobilizações que ocorreram em todo o país, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, demonstrou preocupação com todo o acirramento entre os poderes Executivo e Judiciário. Ao discursar ontem (07), Bolsonaro atacou indiretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, responsável pelo inquérito que investiga o financiamento e organização de atos contra as instituições e a democracia e pelo qual já determinou prisões de aliados do presidente e de militantes bolsonaristas. O presidente da república é alvo de cinco inquéritos no Supremo e no Tribunal Superior Eleitoral.

“Sem dúvidas foram atos bastante fortes e com expressiva presença em praticamente todas as cidades, aqui mesmo na nossa Petrolina, em Juazeiro não foi diferente. O que a gente precisa ter muito claro é que primeiro: o 07 de setembro não é de ninguém, ele é do Brasil. O 07 de setembro é uma data que pertence a todos nós brasileiros, independente da ideologia política. Mas sem dúvida alguma houve um recado político ontem pelas manifestações que foram feitas. E está muito claro que está muito tensionado o ambiente, seja com o Judiciário, seja com o Congresso, seja com o Executivo. Isso não é bom para ninguém, afirmou Miguel Coelho em entrevista à reportagem do Nossa Voz na manhã desta quarta-feira (08).

O prefeito de Petrolina afirmou ainda que o momento exige que cada poder assuma sua responsabilidade, desviando das bravatas e discursos proferidos aos gritos. “O Brasil está com muitos problemas que precisam ser endereçados, que precisa da assunção de responsabilidades de todos os entes da república, seja o Supremo, seja o Congresso, seja o Executivo, o presidente da república e faça aí depois, hierarquicamente para baixo, até chegar nos juízes, prefeitos e vereadores, só para poder botar aqui de todos os níveis. Agora, não dá para ficar gritando. Lugar de grito é o hospício”.

Para Miguel, os atos realizados ontem desviam o foco do gerenciamento da crise que permanece instalada no país. “A gente precisa em um país como o nosso, precisa ter muita serenidade, tranquilidade para a gente poder encarar e enfrentar os problemas. Sem paixão, sem radicalismo, mas encarando o problema que hoje está afetando no preço do combustível, que hoje está afetando no desemprego, no preço da carne que as pessoas estão deixando de comer, no arroz com feijão que hoje já é para poucos, no desemprego das pessoas que estão sem conseguir a sua renda. E aqui não é para apontar o dedo não, é para apontar a ferida e da feria a gente achar a causa e com isso conseguir dar o medicamento apropriado para curar o paciente. E nesse caso, o paciente é o Brasil que precisa cicatrizar rapidamente as suas desavenças para que de forma unida, serena e com liderança e respeito a todas as pessoas, a gente precisa sem construir um novo Brasil”.

Por fim, Coelho convida para uma reflexão. “O que eu acho que precisa todo mundo agora, um pouco fazer uma reflexão, botar as barbas de molho como diz o ditado, como dizem os mais experientes, para que a gente possa no momento mais tranquilo resolver os problemas e com isso, tenho certeza que a população, independente de esquerdo, direita, de centro, de cima ou de baixo, ficará feliz porque todos nós queremos um Brasil melhor”.