Sobre cota de combustível para vereadores de Petrolina, Wenderson Batista dispara: “R$ 3 mil é pouco”

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Na década de 70, o rei Roberto Carlos questionava em uma de suas músicas: “Será que tudo o que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda?” Entretanto, quando se trata da Câmara Municipal de Petrolina, apesar de estar dentro da legalidade, o aumento da cota de combustíveis não repercutiu bem junto a uma parcela considerável da sociedade e levantou questionamentos acerca da destinação desses recursos. Aprovada na sessão da última terça-feira (22), o Projeto de Lei nº 120/2021, além de disciplinar o uso, também determina o valor do repasse para abastecimento dos veículos oficiais (próprios e locados) saindo dos R$ 2 mil para R$ 3 mil mensais.

Abrindo mão das formalidades ao argumentar sobre tal reajuste, o vereador Wenderson Batista classificou como hipocrisia as críticas feitas pelo vereador Gilmar Santos e reforçou a necessidade da verba ampliada.

“Não quero nada que seja para infringir o Regimento Interno, a Lei, o que for de regulamento. Agora macho, o que for de direito, eu digo a você, esse aumento de combustíveis para R$ 3 mil é pouco. Porque eu, por estar no primeiro mandato, cito mais uns dois, Diogo Hoffmann, Josivaldo Barros, Marquinhos, Samara… Eu vou dizer a vocês, pense nuns caboclinhos para andar (sic), andam mais que notícia ruim. Então, a gente não quer gasolina para passear não. (…) Antes de chegar aqui, eu já fui lá no Quati. E aí é pra eu ir de mototáxi, ir à pé? Se o regimento diz que eu tenho que ter carro eu quero carro, se diz que tenho que ter assessor eu quero assessor, se diz que eu tenho que ter telefone eu quero telefone. O que tiver de direito, que seja legal e moral eu tenho direito. Eu não vou vir com essa demagogia, com essa hipocrisia”.

Na justificativa do PL, o presidente da mesa diretora da Câmara, Aero Cruz ressalta que “a norma que estabelecia o valor da cota mensal sobre o consumo de combustível para os gabinetes parlamentares foi editada em 2019, sendo que desde esse período não houve nenhum reajuste em dita cota, ao passo que houve vários reajustes nos preços dos combustíveis e se faz imprescindível que a presente Lei traga o reequilíbrio econômico-financeiro”.

Aparentando estar insatisfeito, mesmo após o reajuste de 50% no valor repassado, Batista pediu mais. “Ainda dou exemplo: a Prefeitura movimenta R$ 1 bilhão por ano. A cidade está cheia de problemas, não está? Vai ser meu salário que vai resolver a bronca da cidade, não vai. Então vamos fazer política com racionalidade, não com o estômago e nem jogando para a plateia. E se o fluxo financeiro da casa (…) der uma folguinha para aumentar mais presidente, aumente. Se der para melhorar o golzinho, que já está caindo aos pedaços de tanto andar no interior, troque de carro. Tudo que for legal e moral eu estou às ordens e agradeço”, finalizou. 

Com a nova medida, a Câmara vai pagar R$ 36 mil por ano para abastecer os veículos usados por cada um dos vereadores. Sendo assim, a previsão é que a Casa Legislativa pagará R$ 69 mil por mês; R$ 828 mil por ano.