O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, durante uma entrevista à Rádio Grande Rio FM, no programa “Nossa Voz”, antes do lançamento da Rede Impacta Bioeconomia e do Fruitech, ressaltou a importância de incorporar pesquisa e ciência nas iniciativas para agregar valor aos produtos locais e promover o desenvolvimento socioeconômico da região:
“É fundamental enfrentar os desafios causados pela seca e pelas chuvas na região nordestina. A desertificação, especialmente em Pernambuco, é uma preocupação crescente. Nesse sentido, a Sudene tem apoiado ativamente a elaboração e implementação de planos estaduais de combate à desertificação, visando recuperar e regenerar o território afetado. Estamos trabalhando em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e outras instituições para garantir que esses planos sejam efetivamente colocados em prática e para buscar recursos que apoiem essas iniciativas.”
Além disso, ele destacou a necessidade de uma abordagem integrada para promover o desenvolvimento econômico e social da região:
“É importante que todas as partes interessadas, incluindo governos locais, setor privado, organizações da sociedade civil e instituições de ensino, trabalhem juntas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que existem no Nordeste. Somente através da colaboração e do investimento em inovação e infraestrutura poderemos garantir um futuro próspero para a nossa região.”
Em relação a mudança de postura por parte do governo, ele enfatizou que há maior investimento e comprometimento em estimular a ciência.
“A ação do governo federal mudou radicalmente o diálogo com o Nordeste. Houve uma mudança positiva em comparação com gestões anteriores. O compromisso da Sudene é reduzir as desigualdades regionais e estimular o empreendedorismo na região. Estamos focados em promover iniciativas sustentáveis de desenvolvimento econômico e inovação no Nordeste, e os projetos Rede Impacta Bioeconomia e Fruitech são exemplos claros disso.”
Conheça os projetos:
Segundo o porta-voz do projeto, Jackson Guedes, a Rede Impacta Bioeconomia, fruto de uma parceria entre Instituições de Ensino Superior como a Univasf, Faculdade de Petrolina (Facape) e Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em conjunto com o Centro de Excelência da Fruticultura (Senar), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Sudene, tem como objetivo proporcionar uma nova perspectiva para as cadeias produtivas já presentes na região, especialmente para os produtos derivados da Caatinga. Guedes destaca a importância de explorar a riqueza da biodiversidade regional, como no caso da cadeia produtiva do umbu, que oferece uma variedade de alimentos como doces, geleias, compotas e até mesmo cerveja. O foco agora é expandir essa abordagem para o desenvolvimento de cosméticos, suplementos alimentares e medicamentos fitoterápicos, utilizando plantas medicinais encontradas na região.
Já o projeto FruitTech, idealizado pelo professor Valdner Ramos em conjunto com as instituições mencionadas anteriormente, tem como propósito promover e apoiar iniciativas de inovação na fruticultura do Vale do São Francisco. A iniciativa visa implementar o programa “Trilha de Inovação na Fruticultura”, que consiste na criação de uma infraestrutura de cooperação, difusão e transferência de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) para a cadeia produtiva da fruticultura. O projeto inclui diversas ações ao longo dessa trilha, como o Desperta Agro, dias de campo, FruitThon (hackathon focado nas demandas da fruticultura), desafios de negócios e programas de mentoria e aceleração de negócios. A equipe multidisciplinar formada por pesquisadores das instituições envolvidas trabalhará para impulsionar a inovação e a competitividade no setor frutícola regional.
