O ex-presidente do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Petrolina (STTAR) Francisco Pascoal (Chicô), esteve no programa Nossa Voz nesta segunda-feira (21) para falar de um episódio de uma acusação de suposta tentativa de estupro contra um diretor do sindicato. A direção da STTAR emitiu uma nota sobre a situação.
“Essa situação demonstra despreparo da direção para este grande fato. Duas companheiras, que também são diretoras, me relataram esse caso e que até o momento não houve nada de reunião. Supostamente o caso aconteceu dia 16 e pra mim tentaram abafar o caso, tenho aqui os boletins de ocorrência das duas vítimas, quero pedir a presidente Leninha, pois é um caso que precisa ter punições de acordo com o estatuto do sindicato.
Chicô classificou que a presidência levou a nota sobre o caso para o lado lado político. Temos informações de outras pessoas, além das diretoras. São sete diretores e tem que ter reunião com os todos. Aí determinaram que dois homens apurassem o fato, mas o certo seria convocar mulheres. Quando tinham essas questões na época que eu era presidente, eu convocava mulheres para apurar. Leninha tem que apurar fatos, não pode ser tratado politicamente.
O ex-presidente falou que a atual presidente foi totalmente omissa nesse fato. “Ela, como presidente, como mulher, deveria ter feito o trabalho e não designar dois homens. Não sei porque o diretor não foi afastado, tinha que ser o primeiro ato. A nota consta que ele negou a ocorrência. Outras pessoas atestam que aconteceu. Não é o momento de se levar pro lado político”, diz.
OUVINTES REBATEM CHICÔ
João Vicente de Souza citou que o sindicato atualmente é muito importante e que Chicô quer tirar o brilho da gestão. “Hoje o sindicato é muito atuante, não queira tirar o brilho, não. Porque as duas companheiras da diretoria que lhe falaram do ocorrido poderiam ter convocado a diretoria. O senhor tá querendo voltar e nunca deixou nada de obra ao trabalhador, o senhor diz que é assalariado e trabalha numa fazenda, mas os funcionários dizem que nunca o viram lá , o senhor vive de renda de um bar que tem na beira do Rio próximo a Lagoa Grande; política se faz com ação e proposta, essa política mesquinha é feia, Chicô, debata com Leninha o que o senhor irá fazer caso voltar, que com fé em Deus nunca voltará, pois o senhor foi um verdadeiro sanguessuga do sindicato do trabalhador rural”, fala.
Já Lucimário Diniz iniciou sua fala parabenizando Chicô pois foi um dos presidentes que construiu a sede do sindicato, porém, ” Petrolina não pode mais estar ouvindo essa baixarias de altas escalões com histórias de assédio. Isso só acontece quando tem eleição, nunca surge antes. isso é uma prática, isso é politicagem? Eu lembro que lá em 2012, vc era presidente, um dos diretores fez uma denúncia contra você , você lembra bem disso. O que eu lhe digo é isso, vamos deixar Leninha trabalhar”, comenta.
Um dos diretores do Sindicato, Carlos Holanda, também entrou ao vivo e desmentiu Chicô. ” Eu ouvi as funcionárias e só estou me posicionando porque não vou ouvir mentiras. O problema existiu, a presidência ouviu as duas pessoas, eu estava lá no momento e fui convidado pela presidente que pediu sigilo. Enfim, vá pra casa, Chicô, você já tem idade de estar se aposentando pela agricultura familiar. Você está com problema na sua própria fazenda, pois quando faz sindicância na sua fazenda nem lá você existe. Então não fique abrindo brecha, Chicô, não envolva as meninas, você não tem autorização pra estar usando essas situações que tem sigilo de polícia”, afirma.
O ex-presidente rebateu as acusações. Classificou João Vicente de oportunista, afirmou que ninguém nunca o viu no sindicato. Já sobre a fala de Lucimário, Chicô disse que naquela oportunidade o caso havia sido, de fato, politicagem e inventado, o que não condiz com a situação atual.
Chicô finalizou afirmando que tem intenções de ser pré-candidato às eleições do sindicato. “Vai chegar o momento que nos apresentaremos como pré candidato, até porque quem está dizendo que Chicô tem que voltar pro sindicato são os trabalhadores rurais, não sou eu. Tem trabalhador que diz que agora o sindicato virou um plano de saúde e esqueceu dos direitos. Com certeza eu voltando ao sindicato, seja como presidente ou outra função, vamos nos juntar aos companheiros da Bahia, com a Federação e recuperar os direitos perdidos”, diz.