Um vídeo que circulou nas redes sociais neste domingo (13) provocou revolta e indignação entre moradores de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. As imagens mostram duas crianças, de apenas três e cinco anos, sendo vítimas de violência física. Os principais suspeitos do crime são a mãe e o padrasto das vítimas.
O caso ainda não havia sido comunicado oficialmente ao Conselho Tutelar nem à Polícia no momento da divulgação. Foi pelas redes sociais que o conselheiro tutelar Rodrigo Andrade tomou conhecimento do ocorrido. Em entrevista, ele afirmou que o vídeo levou a equipe a investigar a veracidade das imagens e confirmar se o fato havia ocorrido, de fato, em Petrolina.
“Essa situação não chegou ao Conselho Tutelar por nenhum canal oficial. Ficamos sabendo por grupos de WhatsApp e fomos verificar”, explicou Rodrigo.
As crianças residem na comunidade do projeto N6, zona rural da cidade. Apesar de as imagens do vídeo serem fortes, as crianças não apresentavam marcas visíveis de agressão no momento do atendimento. Mesmo assim, foram encaminhadas para a Delegacia de Polícia no bairro Ouro Preto, onde passaram por exame de corpo de delito.
De acordo com Rodrigo Andrade, a principal preocupação do Conselho é garantir a integridade física e emocional das crianças. A responsabilização dos autores da violência fica a cargo da Polícia Civil, que já abriu uma investigação para apurar os fatos.
“A gente sabe que houve violência porque o vídeo mostra. O que ainda precisa ser confirmado é quem foi o autor: se a genitora, o padrasto, ou ambos”, completou o conselheiro.
Segundo ele, a mãe e o padrasto compareceram à delegacia de forma voluntária, foram ouvidos e, por não se tratar de flagrante, foram liberados.
Denunciar é dever de todos
O Conselho Tutelar reforça que, em casos de suspeita ou confirmação de violência contra crianças ou adolescentes, a primeira atitude da população deve ser acionar a polícia militar. Só depois disso, o Conselho é acionado se houver necessidade de acompanhamento e proteção.
“É dever de toda a sociedade, como estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente, proteger a infância. A omissão também é crime. Por isso, não seja cúmplice do silêncio. Denuncie”, alertou Rodrigo.
As denúncias podem ser feitas de forma anônima pelos telefones 190 (Polícia Militar) ou 100 (Disque Direitos Humanos).