Telemedicina: Tecnologia pode colaborar, mas não substituir a relação médica

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Simepe pediu entrou na justiça pra suspender o uso do método.
(Fotos: Nossa Voz/ Reprodução Internet)

O Sindicato dos Médicos de Pernambuco entrou com um pedido de liminar com o objetivo de suspender os efeitos da resolução 2227 do Conselho Federal de Medicina (CFM). O documento, publicado no Diário Oficial da União do dia 6 de fevereiro, trata do uso da Telemedicina como forma de prestação de serviços médicos.

Em entrevista ao programa Nossa Voz de hoje (14), a vice-presidente do Sindicato, Cláudia Beatriz,  disse que para o Simepe, o exame presencial do paciente é fundamental e insubstituível. “A gente não pode levar a medicina para um campo onde só se veja a doença. (…) A gente sabe da importância da relação médico peciente. Tanto que em casos tratamento de câncer, por exemplo, O vínculo afetivo é tão grande que os resultados medicamentosos crescem”, justificou a médica.  

A vice-presidente do sindicato reconheceu que os avanços tecnológicos são válidos e podem ajudar a medicina, mas com cautela. “A tecnologia pode colaborar, mas não ser um modelo que possa substituir a relação médica”, declarou Cláudia Beatriz.

Alguns problemas do uso da telemedicina apontados pelo Simepe são: o aumento na incidência de erros de diagnóstico e tratamento, além das dificuldades de levar o serviço até áreas onde o serviço de internet é precário. “Não entendemos como a telemedina vai atuar em locais onde falta internet. (…) O que nós defendemos é que levem os médicos para as áreas mais distantes”, explicou Cláudia Beatriz, acrescentando que esse modelo vai apenas beneficiar as operadoras de planos de saúde a reduzir custos.

A resolução garante que o atendimento só pode ser feito em pacientes que autorizem formalmente o serviço, mas o Simepe quer impedir que essa prática entre em atuação no Brasil. “Nós saímos na frente e formos os primeiros a entrar com uma ação. Pedimos uma revogação e uma liminar pra não entrar em prática. Além de Pernambuco, o Ceará também acinou a justiça pra impedir a prática e outros estados também estão se articulando”, contou a vice-presidente do sindicato.

Na avaliação da médica, não há ganhos com essa prática. “Não consigo ver esses ganhos. A medicina é uma ciência humana. Nos Estados Unidos (onde existe a telemedicina) eles já estão buscando o resgate da relação médico-paciente e o Brasil está na contra mão”, afirmou. Se a justiça não intervir, a prática de Telemedicina deve passar a funcionar a partir do mês de maio em todo o país.

Foto: Milena Pacheco