A maioria dos trabalhadores da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) aprovou, nesta quinta-feira (9), a deflagração de greve por tempo indeterminado em assembleias descentralizadas realizadas nas cidades de Recife, Caruaru e Petrolina.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco, Roberto Palma, a decisão da categoria reforça o compromisso com a luta coletiva por respeito, valorização profissional e a negociação de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) justo.
“Ontem (9), realizamos assembleias em Recife, Caruaru e Petrolina, e a maioria esmagadora dos trabalhadores aprovou a greve por tempo indeterminado. Mesmo assim, o abastecimento será mantido, pois se trata de um serviço essencial para a população”, afirmou Palma.
O sindicalista destacou que a deflagração do movimento ocorre após dez rodadas de mesa de negociação sem avanços significativos para a categoria, agravadas pela instabilidade gerada pelo anúncio do leilão da Compesa, marcado para 18 de dezembro de 2025.
“O clima entre os trabalhadores está de muita insegurança e tensão. Precisamos alertar a sociedade sobre os malefícios da privatização, disfarçada de concessão. Além da greve, aprovaram ações como entrega de cargos gerenciais, credenciamento de veículos e paralisação das unidades operacionais, para reforçar a mobilização”, acrescentou Palma.
Movimentos sociais como a Frente de Luta Contra as Privatizações, a Diretoria dos Metroviários e o historiador e sociólogo Jonnes Manoel participaram das assembleias, dando apoio moral à categoria.
Em entrevista ao programa Nossa Voz, o gerente regional da Compesa, Alex Chaves, afirmou que a questão da greve envolve negociações salariais e temas relacionados à concessão da empresa:
“Tem trabalhador da Compesa em Petrolina? Sim. O estado de greve é um aviso prévio, e na segunda-feira haverá uma negociação no Tribunal de Justiça. As pautas envolvem salário e também questões da concessão, que inclui investimentos de R$ 1,3 bilhão no processo”, disse Chaves.
A greve terá início na próxima segunda-feira (13), e a categoria permanece atenta às negociações, destacando a necessidade de garantir segurança e estabilidade no emprego.