O governo federal vai reincluir, no projeto da Transnordestina, o ramal ferroviário entre Salgueiro, no Sertão, e o Porto de Suape, no Grande Recife. Em entrevista à TV Globo nesta sexta (19), o ministro dos Transportes do governo Lula (PT), Renan Filho disse que Pernambuco não ficará de fora da ferrovia, como anunciado no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao ser entrevistado ao vivo no estúdio do Bom Dia Pernambuco, ele também falou sobre investimentos na requalificação de rodovias federais que cortam o estado e na obra do Arco Metropolitano.
Confira, a seguir, os assuntos abordados pelo ministro dos Transportes na entrevista:
Transnordestina
A União está em tratativas com a concessionária responsável pelo projeto da Transnordestina para captar investidores privados para o ramal em Pernambuco;
Depois de pronto, o ramal deve ser integrado a ferrovias nas regiões Norte e Sul, para facilitar a circulação de mercadorias e insumos no país.
“A concessionária está fazendo a obra de Eliseu Martins, no Piauí, até Salgueiro, no Sertão pernambucano, e de Salgueiro até o porto de Pecém, no Ceará. [O ramal] de Salgueiro até o Porto de Suape pode ser feito por recursos privados, se houver interessados, tem até uma autorização que pode ser viabilizada, ou pode ser feita com recursos públicos. Não vai precisar o outro trecho ficar pronto”, afirmou o ministro.
Arco Metropolitano
Ministro dos Transportes fala sobre o Arco Metropolitano Uma das propostas para a construção do arco é a divisão de trechos. Um deles, na parte sul, ficaria com a União. Outro, ao Norte, vai para o estado. Esse último causa polêmica por passar por área de proteção ambiental;
O governo federal trata o arco como necessário, a exemplo dos que já existem em São Paulo e Belo Horizonte. O montante necessário para construí-lo em Pernambuco é R$ 1,5 bilhão;
A sugestão da divisão de trechos vai ser levada ao presidente Lula, que vai anunciar um novo plano de investimentos do governo federal.
“O Arco Metropolitano é uma obra fundamental para a estabilização dessa dificuldade gigantesca que é a BR-101 cortar uma metrópole que é o Recife, que se junta a Jaboatão dos Guararapes, a Olinda, e o fluxo é muito grande. A gente precisa ter o Arco Metropolitano. Várias grandes cidades do Brasil estão fazendo”, declarou Renan Filho.
Ministro dos Transportes fala sobre os problemas da BR-101
Sobre os acidentes constantes em retornos irregulares na BR-101, o ministro dos Transportes disse que eles acontecem porque a via foi projetada para ser rural, mas acabou se tornando urbana;
A média dos retornos é de quatro a cinco quilômetros. Entretanto, após a urbanização da rodovia, essa distância se tornou insuficiente;
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) vai construir retornos necessários no Grande Recife com recursos da manutenção da rodovia, que já existem.
“Vamos adequar a BR-101 a esse perfil urbano que ela recebe na Região Metropolitana do Recife, para minimizar esses impactos. Mas é óbvio que a gente precisa tirar desse fluxo os caminhões pesados, porque a cidade do Recife, a Região Metropolitana do Recife, ela é ao mesmo tempo uma grande produtora de manufaturados, envia isso para a Região Nordeste, e também um dos maiores consumidores”, disse.
O governo federal delegou a BR-232 até 2027 para o governo do estado, que agora quer que a União volte a assumir essa rodovia federal;
O Tribunal de Contas da União (TCU) fez ponderações porque a BR-232 não recebeu a devida manutenção no período da delegação. Se pegar de volta, o governo federal, ao receber, terá que aplicar cerca de R$ 300 milhões.
“Pernambuco foi um dos primeiros estados a avançar em duplicações e também em triplicação no Nordeste […]. Depois, isso não teve continuidade. Por isso, a gente precisa, agora, resolver essas questões da BR-232 e também iniciar a duplicação da BR-423, de São Caetano até Garanhuns [no Agreste], que também é uma obra fundamental”, disse.
Ministro dos Transportes fala sobre a requalificação da BR-104
Para a duplicação da BR-104, o governo federal espera uma prestação de contas do governo de Pernambuco para liberar R$ 50 milhões do orçamento da União, já que o serviço é um convênio entre os dois governos.
O governo de Pernambuco deve desembolsar R$ 56 milhões para a conclusão.
A obra é importante para o escoamento de mercadorias da região do Agreste, a exemplo do polo de confecções.
“Assim que a prestação de contas for apresentada pelo governo do estado, a gente pretende já retomar a liberação de recursos, que já estão disponibilizados, mas dependem dessa questão burocrática, que está sendo ultimada. Eu recebi a governadora na semana passada e venho para trabalhar justamente isso hoje, aqui”, disse. (Fonte: G1) ( Foto: Reprodução/TV Globo)