A Câmara dos Estados Unidos, maioria democrata, deve aprovar esta semana o impeachment do presidente Donald Trump, mas isso não significa que ele será necessariamente afastado da presidência. A data da votação ainda não foi anunciada.
A decisão final depende de uma votação no Senado, casa ocupada por uma maioria republicana, partido do presidente. Para que Trump perca o mandato, dois terços dos senadores devem votar a favor disso.
Mas o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, já afirmou mais de uma vez à imprensa que seus colegas não aprovarão o afastamento.
Não há, portanto, uma suspensão do mandato do presidente depois que o processo sai da Câmara, diferentemente do que ocorre no Brasil com Fernando Collor e Dilma Rousseff precisaram deixar a Presidência de maneira provisória antes do julgamento no Senado, sendo substituídos pelos então vice-presidentes Itamar Franco e Michel Temer, respectivamente.
Acusações contra Trump
Na sexta-feira (13), o Comitê Judiciário da Câmara aprovou as acusações a serem usadas contra Trump. Os artigos do impeachment serão:
Abuso de poder ao pedir investigação contra os Biden, no que os deputados consideraram “interferência de um governo estrangeiro” em favor da reeleição de Trump em 2020;
Obstrução de justiça por ignorar intimações e se recusar em entregar documentos aos investigadores durante o inquérito.
A abertura do processo foi anunciada em setembro, motivada porque Trump pediu ao governo da Ucrânia que lançasse uma investigação sobre seu adversário político, Joe Biden – um dos favoritos à indicação democrata para enfrentá-lo na eleição presidencial de 2020, e o filho deste, Hunter.
Trump também reteve uma ajuda militar de US$ 391 milhões ao país, cuja liberação – que acabou acontecendo mais tarde – seria condicionada à colaboração nessa investigação sobre os Biden.
Os rivais do presidente consideraram que ele abusou do poder de seu cargo ao pedir intervenção estrangeira nas eleições americanas.
Após o início do processo de impeachment, Trump ordenou que as autoridades do governo não testemunhassem e se recusou a entregar documentos requeridos pela Câmara relacionados ao assunto. (Fonte: G1)