Última sessão do ano na Câmara de Petrolina aprova projetos e termina com embate sobre moção a deputado

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A última sessão ordinária de 2025 da Câmara Municipal de Petrolina, realizada nesta quinta-feira (18), foi marcada por votações consideradas relevantes para o município, mas também por um embate político que reforçou a divisão entre situação e oposição.

Entre as matérias aprovadas, os vereadores deram aval ao Projeto de Lei nº 061/2025, de autoria do Poder Executivo, que transforma os concursos culturais do tradicional Baile Municipal em política pública permanente. A iniciativa garante a manutenção da tradição carnavalesca e a valorização de artistas locais, especialmente por meio dos concursos de fantasias realizados durante o evento.

Já no âmbito do Poder Legislativo, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 0005/2025, de autoria coletiva de todos os vereadores, que cria a Escola do Legislativo Mansueto de Lavor, no âmbito da Câmara de Petrolina. A nova estrutura tem como objetivo oferecer suporte técnico-administrativo às atividades legislativas, com foco na formação de vereadores, assessores, servidores e também da sociedade. Entre as atribuições da escola estão a realização de cursos de capacitação, ações de educação para a cidadania, formação de lideranças comunitárias, preservação da memória política do município e parcerias com instituições como universidades, tribunais de contas e outros poderes legislativos.

Apesar do saldo positivo nas votações, o encerramento dos trabalhos não ocorreu sem tensão. O clima esquentou quando o líder da situação, vereador Diogo Hoffmann, utilizou a tribuna para parabenizar o deputado estadual Antônio Coelho, destacando a garantia de R$ 150 milhões na Lei Orçamentária Anual de Pernambuco para 2026, destinados à construção do Hospital Regional de Petrolina. Hoffmann também solicitou verbalmente uma Moção de Aplausos em nome da Casa ao parlamentar.

Na defesa da homenagem, o vereador ressaltou que Petrolina é a única Gerência Regional de Saúde do Estado que ainda não possui um hospital regional e afirmou que a decisão orçamentária já estaria assegurada, restando agora uma definição política do Governo do Estado para a execução da obra.

A proposta, no entanto, foi duramente criticada pelo líder da oposição, vereador Gilmar Santos, que pediu que a moção fosse votada em destaque. Em sua fala, Gilmar afirmou que o deputado teria atuado de forma “conveniente”, criticando o período em que Antônio Coelho deixou o mandato parlamentar para assumir a Secretaria de Turismo do Recife. Segundo o oposicionista, o deputado teria se afastado das demandas do Sertão após receber expressiva votação em Petrolina e estaria retomando protagonismo às vésperas do próximo processo eleitoral. Gilmar também afirmou que a destinação orçamentária não garante, por si só, a construção do hospital, ressaltando que a decisão final cabe ao Governo do Estado. Ao final, anunciou voto contrário à moção.

Mesmo com tentativas de outros parlamentares de se manifestar, ficou definido que apenas o autor da proposta faria a defesa. Hoffmann voltou à tribuna para rebater as críticas, listando ações atribuídas ao deputado Antônio Coelho, como emendas para a Facape, recursos para medicamentos, mutirões de cirurgias e atuação em pautas de fiscalização e saúde pública no âmbito estadual. Ele reforçou o pedido de aprovação da moção como reconhecimento institucional da Câmara.

O clima de tensão aumentou quando vereadores tentaram intervir no debate, sendo contidos pela Mesa Diretora. Apesar dos embates, a Moção de Aplausos ao deputado Antônio Coelho foi aprovada por 16 votos favoráveis e dois contrários. Votaram contra os vereadores Gilmar Santos e Ronaldo Silva. O vereador Dhiego Serra, mesmo integrando a bancada de oposição, votou a favor da homenagem.

Com isso, a Câmara de Petrolina encerrou o calendário legislativo de 2025 aprovando projetos estruturantes, mas mantendo o tom de polarização política que marcou boa parte dos debates ao longo do ano.