O mês de abril é dedicado à conscientização do autismo. A campanha deste ano tem como tema: “Mais informação, menos preconceito”. A psicóloga Jéssica Secci participou do Nossa Voz desta segunda-feira (03) para falar sobre o diagnóstico e o acompanhamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“Um transtorno do espectro do autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento. A criança já nasce com esse fator genético, pra ela desenvolver o transtorno. É possível fazer o diagnóstico antes mesmo dos 30 meses, logo na primeira infância. A gente percebe sinais e sintomas desde muito bebezinho, então é interessante e muito importante que a família procure a avaliação para acompanhar os marcos de desenvolvimento dessa criança, para saber se ela está fazendo o que é esperado para ela fazer enquanto habilidades desde muito bebezinha”, explicou.
Secci explicou que o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é clínico, feito através da identificação de um conjunto de fatores, e que pode ser ocasionado pelo fator genético.“Apenas uma análise clínica de qualidade vai poder identificar porque não existem exames de imagem, de sangue, que possam detectar o transtorno, é realmente um especialista com o olhar clínico treinado que vai poder identificar e fazer o diagnóstico”.
“Antigamente a gente falava de grau de autismo, hoje a gente fala de níveis de suporte. Antigamente a gente falava de leve, moderado, severo, hoje a gente fala de grau um de suporte, 2 e 3 , sendo possível transitar entre esses níveis de suporte. (…) Num nível um de suporte, ela consegue se adaptar ao meio, ter interações boas em sociedade, e a de nível três, é aquela que ainda desregula que ainda tem crise, que ainda precisa de um cuidado constante, de um olhar de uma pessoa responsável”, afirmou.
Acompanhamento
A psicóloga conta que, para definir o acompanhamento da criança com TEA, é necessário uma boa avaliação profissional. “A gente tem que entender como funciona os domínios do desenvolvimento socioemocional, cognitivo, físico, motor dessa criança, são aplicados instrumentos, depois a gente precisa observar essa criança em ambiente natural como ela interage, então uma equipe multidisciplinar deve fazer esse diagnóstico, esse plano de intervenção para auxiliar a criança, e os pais precisam ser fonte ativa de intervenção dessa criança, tendo sempre contato com os profissionais, porque a gente tá com as crianças ali uma hora semanal, duas horas semanais, mas é na constância, na periodicidade do tratamento intensivo, que essa criança vai conseguir evoluir”.