Entre 2015 e 2018, o número de inserções do dispositivo intrauterino (DIU) cresceu 860% em Pernambuco. O método contraceptivo, voltado para o público feminino, é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e seu uso é de longa duração.
Em 2015, 519 mulheres passaram a utilizar o DIU, quando apenas o procedimento de intervalo era ofertado. Já em 2018, o número subiu para 4.982, com a implantação do dispositivo no pós-parto, pós-abortamento e de intervalo. Entre 2015 e 2018, foram 7,5 mil mulheres beneficiadas com a estratégia. Em 2019, apenas no primeiro semestre, já são 2.223 utilizando o método contraceptivo.
“Começamos a criar estratégias de estímulo à inserção do DIU de pós-parto e pós-abortamento com o surgimento de casos da síndrome congênita do zika, e também com a percepção que esse método contraceptivo vinha sendo subutilizado. O DIU é eficaz e prático, com poucos efeitos colaterais e que pode ser utilizado pela mulher que deseja evitar a gravidez em qualquer faixa etária. Buscamos ampliar o acesso ao procedimento, que dá uma estabilidade de 10 anos, e estimular os profissionais médicos a apresentarem essa opção de contracepção nos serviços municipais”, destaca a gerente de Atenção à Saúde da Mulher da SES-PE, Letícia Katz. Ela ainda reforça a importância da necessidade do uso da camisinha para evitar as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
O dispositivo de longa duração, com duração média de 10 anos, não possui hormônio, é seguro e beneficia as mulheres que não desejam engravidar, pois o cobre liberado por ele interfere no número e no transporte de espermatozoides, além de dificultar a movimentação do óvulo pela trompa, impedindo a fecundação. Com comprimento de 2 a 3 cm, o DIU é inserido no útero da mulher, e tem o potencial de eficácia de 99,3%. O dispositivo também pode ser utilizado por adolescentes e mulheres que não engravidaram.
Em Pernambuco, realizam o procedimento para inserção do Dispositivo Intrauterino os hospitais Agamenon Magalhães, Barão de Lucena, Jaboatão Prazeres, Clínicas, Cisam, Imip e o Hospital da Mulher do Recife, além de serviços municipais, como maternidades e policlínicas, que fazem o procedimento de forma ambulatorial. Desde 2016, cerca de 1 mil médicos foram capacitados pela SES-PE sobre DIU.