Durante as festividades do São João de Petrolina, diversos usuários têm relatado cobranças abusivas nas corridas de aplicativos, especialmente no retorno do pátio de eventos para suas residências. O aumento repentino nos valores das corridas tem gerado indignação entre os passageiros e chamado a atenção para a necessidade de fiscalização por parte dos órgãos competentes.
Segundo relatos dos usuários de aplicativo de corridas, relataram que, desde a abertura do São João, os preços das corridas têm oscilado significativamente.
Rosiane Gomes, moradora do Jardim Guararapes, compartilhou sua experiência: “No último sábado, fui ao show do São João e, ao voltar, um motorista me cobrou R$ 45 para o trajeto até o Jardim Guararapes. Achei um absurdo e optei por chamar pelo aplicativo, pagando R$ 24,50. A diferença é enorme”, disse Rosiane.
Outro ouvinte, que preferiu não se identificar, comentou que “muitos motoristas estão cobrando valores inflacionados fora do aplicativo, sem deixar prova para denúncias. Minha esposa precisou de um carro de aplicativo para voltar do trabalho, e cinco motoristas cancelaram antes de um aceitar a corrida.”
A prática de cancelamentos frequentes também foi mencionada por outro usuário, que precisou caminhar até encontrar um mototáxi após várias tentativas frustradas de conseguir um motorista disponível. “Eles cancelam as corridas se acham que não vale a pena, e cobram preços altos quando aceitam”, relatou.
As reclamações também se estendem às corridas entre Petrolina e Juazeiro, com valores que, em dias normais, não ultrapassam R$ 25, mas durante o São João chegam a R$ 70.
Um motorista de aplicativo explicou que, durante a madrugada, a alta demanda e a falta de corridas de volta justificam os preços elevados. “Agora, vamos supor que, na hora, 1:30 da manhã, com vários aplicativos ligados, a oferta de um aplicativo é R$ 10 para ir para Juazeiro. Quando você chega em Juazeiro, a festa está acontecendo em Petrolina. Você não tem nenhuma corrida voltando. O que acontece? Mais motoristas não sabem, mas a gente sabe quando paga para trabalhar nisso. O que não vale é cobrar o valor a mais, mas é justo o motorista fazer um acordo com o passageiro sobre o valor, o que não vale é ir para uns dos projetos e voltar sem ninguém. O projeto Maria Tereza é mais de 25 km, o gasto que o motorista vai ter não compensa”, disse ele.
Outro motorista de aplicativo, José Oliveira, também falou sobre as dificuldades enfrentadas pelos motoristas. “A nossa função é como um posto de gasolina vendendo mais combustível, contratando pessoas, a indústria de peças fabricando mais peças. Nós aqui estamos trabalhando e precisamos receber o preço justo da corrida. Se vocês soubessem o quanto o motorista é explorado pelas plataformas, gastamos mais de 30%. A união para conversar com esses aplicativos seria ideal”, afirmou Oliveira.
José Oliveira destacou ainda os desafios econômicos enfrentados pelos motoristas. “A pessoa sai da sua casa para ir ao evento do São João de Petrolina, paga um estacionamento caríssimo, paga caro na rua, na comida. Estamos exagerando nas empresas. Não estamos aqui para retirar de ninguém, mas precisamos de um preço justo. Se todos soubessem o quanto somos explorados, haveria uma união para conversar com os aplicativos.”
A nossa equipe de jornalismo entrou em contato com as plataformas de motoristas de aplicativos.