Vacina que protege bebês da bronquiolite chega ao Brasil; dose pode custar R$ 1.760

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Foto: Unsplash/Reprodução

A Abrysvo, imunizante da Pfizer contra o vírus sincicial respiratório (VSR), já está disponível nas clínicas e centros privados de vacinação do Brasil. A vacina começou a ser distribuída à rede privada na semana passada, segundo a Pfizer.

A empresa informa que também já entrou com o pedido de incorporação da vacina ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) e que a solicitação está em análise pelo Ministério da Saúde.

A vacina é a única aprovada no país para proteger tanto bebês quanto idosos contra o vírus, que é o principal responsável por infecções respiratórias graves em crianças pequenas, como a bronquiolite. Existe outro imunizante contra o VSR aprovado no Brasil, a Arexvy, da GlaxoSmith Kline, porém com indicação restrita à população com idade superior a 60 anos.

No caso dos bebês, a imunização é realizada através da mãe. A vacina é aplicada na gestação entre a 24ª e 36ª semana, em dose única, como forma de oferecer resposta imune contra infecções respiratórias causadas por VSR nos bebês até 6 meses de idade.

“Quando a mãe recebe a vacina, os anticorpos produzidos por ela atravessam a placenta, fortalecendo o organismo do bebê, cujo sistema imunológico ainda está em desenvolvimento”, explica a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro, em comunicado.

Para os idosos a partir de 60 anos, a indicação também é de uma única dose.

“Os mais velhos também constituem um grupo de risco para desdobramentos graves da infecção pelo VSR. Essas complicações podem, inclusive, agravar ou desestabilizar condições de saúde pré-existentes, como cardiopatias, pneumopatias, diabete e nefropatias”, avalia a médica.

Em clínicas privadas de São Paulo, a dose pode ser encontrada por cerca de R$ 1740. Na Beep Saúde, empresa de saúde em domicílio, a dose do imunizante custa R$ 1.720. Já no grupo Fleury, o valor é de R$ 1760, com a aplicação também em domicílio.

O imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril deste ano e já está licenciada nos Estados Unidos e na Europa, tanto para gestantes quanto para idosos, bem como em outros países e regiões.

Na Argentina, por exemplo, a vacinação de mulheres grávidas com o imunizante foi iniciada em março deste ano, nas redes pública e privada, cobrindo até o momento cerca de 57% da população de gestantes elegíveis.

No estudo de fase, a vacina se mostrou capaz de prevenir 82% das formas graves de doenças respiratórias causadas pelo VSR em crianças de até 3 meses de idade, porcentagem que se mantém elevada, em 69%, para bebês até os 6 meses, após as mães receberem a vacina na gestação. Mais de 7 mil gestantes participaram do estudo, envolvendo 18 centros de pesquisa ao redor do mundo, sendo quatro deles localizados no Brasil: dois no Rio Grande do Sul, um em Santa Catarina e um no interior de São Paulo.

Em idosos o imunizante alcançou uma eficácia de 85,7% contra quadros graves provocados pelo VSR.

Neste ano, até o momento, dados oficiais apontam que o VSR se mantém como a causa mais frequente de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) na população brasileira, detectado em 41,6% dos diagnósticos com resultado positivo para algum vírus respiratório. Além disso, o vírus permanece entre os principais responsáveis pelos casos de internação e morte de crianças com até 2 anos de idade no país.

Fonte: Folha de Pernambuco