Pessoas infectadas pela variante delta do novo coronavírus correm o dobro de risco de serem internadas do que as infectadas pela variante alpha, conclui um estudo britânico publicado neste sábado.
“Nossa análise mostra que, se não tivéssemos vacinação, uma epidemia ligada à variante delta implicaria uma carga mais pesada para o sistema de saúde”, assinalou Anne Presanis, coautora do estudo, publicado na revista “The Lancet”.
É sabido que a variante delta, identificada pela primeira vez na Índia, é de 40% a 60% mais transmissível do que a alfa. Há pouca informação sobre a sua virulência, mas dados preliminares colhidos em Escócia e Singapura sugerem um risco aumentado de hospitalização e de se desenvolver a forma grave da Covid-19.
Os autores do estudo analisaram dados de mais de 43.000 casos de Covid detectados na Inglaterra entre 29 de março e 23 de maio, quando a variante delta começou a se espalhar por aquele país. A análise bruta dos dados não mostra diferença nas internações entre os infectados pela delta (2,3%) e pela alfa (2,2%), mas se outros fatores que influenciam a gravidade da Covid (idade, etnia, situação vacinal) forem levados em conta, os pesquisadores calculam que o risco de ser hospitalizado se multiplica por 2,26 no caso da delta.
No total do período, 80% dos casos corresponderam à variante alfa, e 20%, à delta, embora a segunda ganhe espaço ao longo das semanas. Do total de infectados, 74% não haviam sido vacinados, 24% haviam recebido uma dose, e 1,8% tinha o esquema completo.
Vários estudos mostraram que as vacinas mantêm uma eficácia muito elevada na prevenção das formas graves de Covid, mesmo com a variante delta, desde que o paciente esteja totalmente vacinado.