Após a justiça ter reconhecido a legitimidade da lista tríplice encabeçada pelo professor Télio Nobre, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), candidato mais votado por toda a comunidade acadêmica em 2019, o professor esteve, nesta quarta-feira (25), no programa Nossa Voz para falar sobre o assunto.
“Este reconhecimento é uma vitória que nos enche de alegria, porém, estamos serenos pois esta ainda não é a decisão final. Ainda cabe recurso, então, temos que aguardar. A Lista Tríplice é enviada ao Ministério da Educação e depois encaminhada ao presidente da república para que ele faça a escolha do nome”, explica Télio.
Desde abril de 2020, quando se encerrou o mandato do ex-reitor Julianeli Tolentino, a Univasf vem sendo regida por um reitor pro tempore (temporário), o professor Paulo César Fagundes. A chapa de Télio venceu as eleições de 2019, portanto, há cerca de dois anos este imbróglio se arrasta. Segundo Nobre, esta situação causa uma ruptura institucional que prejudica o andamento dos avanços na universidade. “Nós, enquanto escolha legítima da comunidade acadêmica, temos a garantia de maior conhecimento da instituição, permite diálogo, fazer mediações para que a universidade cumpra a sua missão. Quando se coloca um gestor temporário, que não participou de todo o processo do que vinha sendo feito dentro da Univasf, é complicado, uma vez que algumas escolhas dele, como algumas nomeações para ocupar maior parte dos cargos de gestão da reitoria foi para o grupo político derrotado pela nossa chapa, o que é muito complicado entender”, diz Télio.
LISTA TRÍPLICE
Mesmo com o reconhecimento da lista tríplice pela justiça, a decisão do nome é do presidente da República, de acordo com a legislação de 1968 e alterações feitas em 1995. “O presidente é quem escolhe o nome, então, nem sempre ele escolhe quem encabeça a lista, que é o que tem acontecido nos últimos dois anos em cerca de 20 instituições. Tenho dialogado com estes colegas que não foram escolhidos, pois interpretamos que há um impacto negativo quando a escolha do Chefe do Executivo não é o mesmo que a comunidade acadêmica escolheu”, afirma.
BÔNUS SERTANEJO
Sobre a luta de estudantes e instituições pelo chamado “bônus sertanejo”, que versa sobre uma cota específica na Univasf voltada aos estudantes da mesorregião do São Francisco, Télio diz que no passado, ele não era favorável ao critério, porém, nos últimos tempos, mudou de opinião. “A partir de outras discussões em outras universidades, de ver a comissão estudando essas possibilidades, acredito que o ambiente institucional tá bem diferente, mais favorável ao bônus. Eu inclusive sou um deles”, finaliza.