“Venham para transformar a vida do povo, não para fazer o governo de refém”, diz Cabral sobre aproximação de FBC

0

Para o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, não há dificuldades em reconhecer a força de atração do governo Lula para as diversas frentes que compõem o Congresso Nacional, em prol da governabilidade. A indulgência alcança inclusive o grupo do ex-senador Fernando Bezerra Coelho, que segundo bastidores, tem dado indícios de ingresso no PSD, partido que compõem a base do presidente e tem o ministro da Pesca, André de Paula, como principal liderança em Pernambuco. 

“Não cabe a mim fazer uma avaliação em relação ao que o [ex] senador Fernando [Bezerra Coelho] está fazendo. Essa é uma avaliação que cabe exclusivamente a ele. Sou de um partido, ele é de outro, então não nos cabe fazer essa avaliação. O que eu acho importante de realçar é que vivemos um momento hoje no país e Lula foi eleito nesta condição também, onde sabemos que precisa criar um ambiente de governabilidade. A gente sabe que a própria base de sustentação do governo no Congresso Nacional ainda está em constituição. Basta que a gente observe todo o debate que está dentro da Câmara, dentro do Senado, e precisamos na medida possível, fazer alianças para garantir essa governabilidade”, analisou. 

Entretanto, para Cabral, há critérios que são inegociáveis. “Claro que, quando falamos em aliança, eu me lembro muito do que o dr. Arraes fazia e minha história foi dentro do PSB. Uma coisa é aliança e outra coisa é adesão. Aliança é quando você tem um conjunto de valores que dão liga àquela união, do ponto de vista programático, de conteúdo e você tem uma hegemonia de um pensamento que garante que aquela aliança é um meio para que você possa governar. Acho que é isso que temos que buscar. Temos que firmar alianças, desde que preservados os interesses do povo brasileiro. É isso que o presidente Lula tem buscado”, chancelou. 

Diante disso, o superintendente da Sudene apontou a necessidade de separação do joio do trigo. “Tem gente que pode fazer adesão a partir de outros interesses. Eu não quero fazer nenhum juízo de valor de quem está fazendo isso. Mas o que o governo do presidente Lula tem que buscar é construir alianças para que ele possa honrar os compromissos que assumiu com o povo brasileiro em sua campanha. E isso é o que ele vem fazendo”. 

Danilo ainda reforçou que o governo deve fugir do “toma lá, dá cá” em busca da governabilidade e ainda deixou recado aos possíveis recém-chegados. “Precisamos ver como se dá esse processo no Congresso Nacional, como se dá essa construção dessa base para que a gente não fique refém daquele ‘toma lá, dá cá’, que muitas vezes a gente, infelizmente, viu acontecer com todos os governos, inclusive do presidente Lula em algum momento, lá atrás. Eu acho que já temos exemplos na história que mostram que a gente tem um ir até um limite nesse processo. Não dá para você ir e flexibilizar em cima de princípios e valores que falam para aquilo que foi assumido de compromisso com o povo. Quer vir para cá, venham mas nessa condição para que a gente possa transformar a vida do povo, não para fazer o governo de refém”.