Verão não será capaz de travar pandemia do novo coronavírus, diz estudo

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(Foto: Débora F. Barreto-Vieira/IOC/Fiocruz)

Um novo estudo desenvolvido por cientistas espanhóis encontrou uma relação entre altas temperaturas e a menor propagação do novo coronavírus. À semelhança de outras pesquisas já existentes, os especialistas afirmam que, apesar dessa relação, a aproximação do verão não será suficiente para travar a pandemia. As informações são da Agência Brasil.

No momento em que são desconhecidas muitas das características da Covid-19, uma das esperanças para conseguir abrandar a sua propagação era o calor. Especulava-se que a aproximação do verão e o aumento da temperatura fossem capazes de diminuir a resistência do vírus e travar a sua propagação.

Fernando Belda, da Organização Meteorológica Mundial e porta-voz da Agência Estatal de Meteorologia de Espanha (Aemet), em conjunto com a sua equipe, diz ter encontrado os “primeiros indícios de correlação” entre o frio e a propagação da doença na Espanha.

“Estamos observando um padrão: quanto menor a temperatura, maior o dano”, afirmou Balda ao jornal espanhol El País.

Levando-se em conta os antecedentes históricos e o que está ocorrendo no resto do mundo, os pesuisadores defendem que o verão não será suficiente para travar a pandemia.

Cientistas espanhóis da Agência Estatal de Meteorologia e do Instituto de Saúde Carlos III, analisaram a temperatura média de cada comunidade autônoma espanhola durante 14 dias e o número de novas infecções diárias por cada 100 mil habitante ao longo desse período. Belda disse que o padrão se repete ao longo do período estudado, desde o início do confinamento até agora.

Além disso, o estudo também indicou que a umidade do ar pode igualmente influenciar a transmissão da doença. “Altas temperaturas e a elevada umidade reduzem significativamente a transmissão da covid-19”, revela a pesquisa.

A epidemiologista Cristina Linares, uma das autoras do trabalho, alerta que “é preciso ter muito cuidado, porque as condições de umidade e temperatura variam muito de uma área geográfica para outra e, é claro, existem muitos outros fatores que influenciam a transmissão e disseminação do novo vírus”.

“Há uma correlação estatística”, admite a epidemiologista ao El País, acrescentando que poderá ser apenas uma ilusão.

“São resultados preliminares. Outros fatores que influenciam a possível sazonalidade da propagação devem ser levados em consideração, além das condições ambientais. A atividade humana, medidas de contenção, densidade populacional, entre outros, exercem influência decisiva”. (Fonte: Bahia.ba)