Vereador alerta para falta de recursos da Codevasf e incertezas no Projeto Pontal

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O vereador Rogério Passos fez um pronunciamento crítico sobre a falta de investimentos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no Projeto Pontal durante a sessão desta terça-feira (11) na Câmara de Vereadores. Segundo o parlamentar, no ano passado, o orçamento da estatal para a terceira superintendência foi de apenas R$ 10 mil, um valor insuficiente para garantir a operação e manutenção do projeto.

“O que se faz com R$ 10 mil? A Codevasf não tem dinheiro para operar e manter o Pontal. Não tem dinheiro para a drenagem, que é essencial para a produção agrícola. Sem irrigação, não se produz; mas sem macrodrenagem, também não”, alertou Passos.

Diante da falta de recursos, o Distrito de Irrigação Nilo Coelho (Dinc) foi chamado para assumir a operação do sistema, uma vez que o recém-criado Distrito de Irrigação do Pontal ainda não tem estrutura para essa função. No entanto, o vereador ressalta que a permanência do Dinc depende de segurança operacional e investimentos por parte do governo.

Além disso, o parlamentar apontou que a Codevasf acumula uma dívida superior a R$ 6 milhões com a Neoenergia Pernambuco (Celpe), situação que pode comprometer ainda mais a manutenção do projeto. O Dinc está negociando a assunção dos custos de energia daqui para frente, mas a dívida antiga segue sem solução.

Outro ponto destacado foi a demanda de agricultores pelo uso das águas do Riacho do Pontal para irrigação de terras nas margens do riacho. Segundo Passos, é preciso avaliar se há disponibilidade hídrica suficiente para atender essa necessidade sem comprometer o Pontal Sul e Pontal Norte. Caso haja excedente, ele defende a comercialização da água como forma de custear parte da operação do projeto.

“Se está sobrando água, temos que vender para ajudar a manter o Pontal. O que não podemos é ficar sem recursos para tocar o projeto”, afirmou.

O vereador também cobrou investimentos para a conclusão da “Mancha 33”, no Pontal Norte, cujo custo estimado é de R$ 20 milhões. Segundo ele, essa área poderia estar produzindo se o governo federal tivesse viabilizado os recursos.

Rogério destacou que além da infraestrutura precária, os produtores enfrentam dificuldades financeiras devido à falta de escrituração definitiva dos lotes. Sem as escrituras, eles não conseguem oferecer as terras como garantia para obter crédito em bancos, o que limita os investimentos e o desenvolvimento do Pontal.

“Os produtores estão tirando dinheiro de outras fontes, oferecendo imóveis particulares como garantia para conseguir recursos. Isso não é justo. O governo precisa cumprir seu papel e garantir que o projeto cumpra sua função social. O Pontal é um projeto de governo. O governo tem que colocar dinheiro no orçamento para garantir a manutenção e o crescimento desse projeto tão importante para nossa região”, concluiu o vereador.