Mesmo assumindo já ter sido pressionado por membros da gestão municipal e até ser alvo do ciúmes dos colegas na bancada de situação na Câmara de Petrolina, o vereador Alex de Jesus reafirma estar na base do prefeito Miguel Coelho. Em entrevista ao Nossa Voz desta quarta-feira (13), o parlamentar até comentou a mais recente tentativa de esvaziamento entre os pares, quando estava em pauta um projeto de sua autoria concedendo o Título de Cidadão Petrolinense ao secretário de agricultura do município, Gilberto Melo.
“Eu e Gilberto temos uma amizade. Em uma conversa numa visita aos amigos no interior, ele falou da sua história e eu descobri que não era petrolinense. Pelos serviços prestados que ele tinha feito em Petrolina, não só como vereador, mas antes disso, eu me senti à vontade para prestigiá-lo com esse título que é tão importante, até como eu mesmo recebi do ex-vereador Ronaldo Cancão, na época. Naquele momento da votação eu me senti frustrado com aqueles companheiros que estavam ausentes no plenário”.
A origem dessas atitudes, segundo Alex, está no seu posicionamento e apoios já determinados para 2022 que não incluem os irmãos do prefeito de Petrolina. “Há uma situação criada, até pelo nosso grupo. Um negocinho chamado ciúme. Em 2016, Miguel Coelho fez uma reunião com todos os vereadores eleitos. Lá conversamos sobre caminhar em parceria na Câmara, aprovar os projetos para trazer os benefícios para Petrolina. (…) E ali quando levantei avisei que o acompanharia, mas em 2018 não caminhariamos juntos porque eu tenho a minha linha, que é a igreja. Eu tenho os meus deputados, tanto estadual como federal e é justamente por isso que tem toda essa ciumeira. Mas é um acordo entre eu e Miguel”, explicou.
Alex ainda revela que até no atendimento dos seus requerimentos e indicações há uma marcação cerrada. “Chega ao ponto em que eu peço uma ação de uma secretaria, se atendido e um vereador printar e mandar para Miguel questionando se isso está certo já que eu não apoio os deputados da base. Então gera essa ciumeira, essa preocupação não sei porque. Meu federal é o Ossésio Silva e o meu estadual é o William Brígido. Isso é um alinhamento que eu tenho com Miguel e ele concordou ao saber que tenho a minha linha que é a igreja”.
Apesar da pressão, ele assegura não abrir mão do posicionamento. “Miguel pode se candidatar a governador, eu estou com ele, a presidente da república, para prefeito, eu o apoio. Mas se Miguel se candidatar ao legislativo, federal ou estadual não tem como eu acompanhá-lo”.
Questionado sobre o desabafo feito há alguns meses quando relatou que membros da gestão municipal o pressionaram pelo parecer em um projeto, Alex diz já ter superado. “O projeto não tinha chegado e a Comissão de Obras tem Gaturiano como presidente, eu como relator e Ruy como secretário. Só que o projeto não tinha chegado no meu gabinete. Tratava-se da municipalização dos serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto em Petrolina. Ficaram me ligando e eu disse que primeiro eu precisava receber o projeto e analisar e teve esse contratempo. Mas o prefeito Miguel Coelho me chamou, conversamos e zeramos tudo, ele explicou e graças a Deus o projeto foi aprovado”, relembrou.
