Na sessão desta quinta-feira (14), o vereador Wanderley Alves denunciou que foi impedido de vistoriar a quadra poliesportiva da Escola Anete Rolim, no bairro Pedra Linda. Ele afirmou que, ao solicitar acesso à unidade de ensino para registrar a falta de cobertura na estrutura, foi informado de que precisaria de autorização prévia da Secretaria de Educação. “Eu fui surpreendido pela ação da gestora da unidade, que disse que para eu acessar esse prédio público enquanto vereador teria que fazer um ofício solicitando à secretaria. Eu fui barrado”, relatou.
O parlamentar destacou que a legislação garante aos vereadores o direito de fiscalizar qualquer unidade pública do município e questionou a exigência. “Eu tenho andado em todas as unidades de saúde e sou muito bem recebido. E o que me chama mais atenção é que meus filhos estudam nessa escola. Eu fui lá para ver a situação da quadra, para ter uma justificativa para apresentar essa indicação cobrando a cobertura”, disse.
A denúncia recebeu apoio de outros vereadores. Ronaldo Silva considerou a negativa “um gesto deselegante” e cobrou explicações da secretária de Educação, Rosane Costa. “Essa secretária tem que saber que é prerrogativa de todos os parlamentares entrarem em qualquer órgão para fiscalizar. Você não pode entrar para esculhambar, mas para fiscalizar, isso é nosso dever”, declarou.
Dhiego Serra afirmou que já passou por situação semelhante ao tentar fiscalizar UBSs e escolas municipais. “Não vai ser de maneira alguma que secretário nenhum vai proibir que um vereador faça seu trabalho. Peço encarecidamente que não tentem me proibir, porque irei fiscalizar tudo”, afirmou.
Aero Cruz saiu em defesa da secretária Rosane Costa e argumentou que a exigência do agendamento prévio busca garantir a segurança dos alunos. Ele mencionou um caso recente de estupro em uma escola municipal e justificou que a medida é necessária para evitar riscos. “O vereador tem direito de entrar, mas é preciso que se tenha um agendamento antes. Não é para chegar lá achando que é Alexandre de Moraes e dizer ‘abre aqui que eu quero entrar'”, disse.
A fala de Aero Cruz gerou forte reação. Gilmar Santos considerou “absurda” a comparação entre a fiscalização de vereadores e um caso de violência sexual. “O vereador quis comparar a visita de um parlamentar com a de um estuprador. Olha que absurdo. O que é que essa secretária e esse vereador, que parece mandar na Secretaria de Educação, têm a esconder?”, questionou.
O episódio reforçou a tensão entre os vereadores e a Secretaria de Educação de Petrolina, ampliando os questionamentos sobre transparência e fiscalização nas unidades de ensino.