Durante entrevista concedida nesta segunda-feira (9), a vereadora Rosarinha Coelho (União) fez um balanço dos seis primeiros meses de seu mandato na Câmara Municipal de Petrolina. Antes, porém, comentou o episódio que marcou a última sessão ordinária da Casa Plínio Amorim, quando o parlamentar Ronaldo Silva bateu na mesa durante uma discussão acalorada, derrubando copos de água e provocando um susto generalizado.
“Na verdade, eu não me molhei, eu me assustei. Foi um grande susto, me pegou de surpresa. A gente sempre senta nos mesmos lugares em todas as sessões. Naquele dia, o colega pegou uma fala mais intensa, e lá sempre ficam servindo água. Eu era a próxima oradora, o presidente já tinha me anunciado. Estava concentrada para fazer minha fala e, no meio da discussão, o vereador bateu na mesa. As taças voaram, e eu dei aquele pulo com medo de me molhar. Derramou água para todo lado, mas eu consegui desviar. Foi o susto mesmo que me fez reagir assim”, relatou Rosarinha.
A vereadora também fez questão de não atribuir intenções negativas ao colega responsável pelo ato, apesar do tumulto.
“O vereador que estava ao meu lado não é de fazer esse tipo de coisa. Sentamos ali, brincamos, conversamos. Mas naquele dia, no calor das discussões, ele se excedeu. O presidente tem se esforçado muito para organizar a Casa da melhor forma possível. Eu mesma cobro bastante, jogo duro, porque para mulher não é fácil ocupar espaços, principalmente no parlamento”, afirmou.
Rosarinha também foi questionada sobre sua atuação como relatora da comissão responsável por liberar para votação o projeto de lei que autorizou o município a contratar empréstimos que somam R$ 80 milhões. O tema gerou críticas da oposição, que apontou risco de endividamento excessivo da cidade.
“Quem acompanhou a sessão viu que fui extremamente técnica. Eu sou política, mas sou advogada e apaixonada pela legislação. Fiz um estudo aprofundado dos cinco projetos que estavam em pauta. Analisei desde a questão dos resíduos sólidos, a contratação de novos cargos, até o empréstimo do Finisa e o de R$ 80 milhões.O município está organizado. Se não estivesse, nem receberia essa proposta de empréstimo. Tivemos reuniões com o prefeito e a secretária da Fazenda, que é técnica exemplar. Ela mostrou que a gestão tem compromisso com o pagamento em dia, adiantamento de décimo terceiro, e responsabilidade fiscal. Então, esse financiamento é compatível com o crescimento de Petrolina. A cidade cresce a passos largos e não dá para apequenar a discussão política. Petrolina é uma das poucas cidades que têm credibilidade para esse tipo de investimento. Isso reflete a seriedade dos gestores. É só atravessar a ponte e ver a diferença entre Petrolina e outras cidades”, argumentou.
Cobranças ao Governo de Pernambuco
Ao final da entrevista, Rosarinha também criticou a atuação do Governo de Pernambuco na área da saúde. A vereadora cobrou providências da governadora Raquel Lyra (PSDB) para o atendimento em Petrolina.
“Infelizmente, o governo do estado não tem feito sua parte. Tenho requerimentos para a criação da UTI neonatal e ampliação da ortopedia na UPAE. Petrolina é a única cidade de Pernambuco com uma UPA sem ortopedia. Isso é um absurdo. A UPAE está abandonada. Recebemos denúncias de exames com espera de até dois anos. No Hospital Dom Malan, faltam vagas no berçário e na UTI. No último fim de semana, mães me ligaram desesperadas porque estavam perdendo líquido e não havia cesariana disponível. Profissionais me diziam: ‘Vereadora, não tem o que fazer, não tem vaga’. Eu pergunto: o que a governadora pensa que essas mães do Sertão vivem? Temos três vagas para cirurgia de joelho em Recife. É desumano. A saúde é responsabilidade compartilhada entre município, estado e União. O município tem feito sua parte, mas o governo do estado não. E eu falo isso com responsabilidade, sem atacar pessoas, mas exigindo governabilidade”, concluiu.
Expectativas para o segundo semestre
A vereadora ainda destacou a expectativa pela mudança para a nova sede da Câmara, com promessa de estrutura mais adequada para os trabalhos legislativos.
“A Casa Plínio Amorim vai ser um espaço mais confortável. Acredito que o segundo semestre será ainda melhor. O presidente vai anunciar hoje a data da mudança, assim que finalizar os contratos com a Fundação Nilo Coelho. Será um novo tempo para os trabalhos legislativos”, finalizou.
