Na sessão desta quinta-feira (14), na Câmara de Vereadores de Petrolina, o vereador Ronaldo Silva apresentou ao plenário da Casa Plínio Amorim uma reivindicação urgente de pais e mães de crianças autistas que enfrentam dificuldades para obter o acompanhamento adequado na rede municipal de saúde. Em um discurso emocionado, Ronaldo relatou a sua experiência pessoal com uma neta autista e destacou os pedidos de socorro das famílias, que buscam apenas o direito ao atendimento especializado.
Ele questionou o governo municipal sobre a prometida “Casa Azul,” um centro de apoio para as crianças autistas que ainda não foi implementado. “Essas mães estão doentes e precisam de psiquiatra, psicólogo, fonoaudiólogo e fisioterapeuta. Isso é o mínimo que podemos oferecer para elas,” afirmou Ronaldo. O vereador também sugeriu a criação de um auxílio financeiro para essas famílias, já que muitas não recebem outros benefícios sociais. “Nós temos um orçamento de 300 milhões de reais para a saúde e um remanejamento de 600 milhões. Temos que nos unir aqui para criar uma casa de apoio para essas mães atípicas.”
O tema recebeu o apoio do vereador Rodrigo Araújo, que parabenizou Ronaldo Silva por trazer o assunto à discussão e destacou o compromisso da Câmara com a criação de leis voltadas para a proteção das crianças autistas e de suas famílias. “Quero dizer às mães e aos pais de autistas que essa casa sempre ajuda no sentido de projetos de lei. Temos aqui mais de dez leis que amparam essas famílias, mas é preciso que elas sejam cumpridas,” enfatizou Rodrigo. Ele se colocou à disposição para receber pais e representantes de associações em seu gabinete, oferecendo orientação sobre os direitos estabelecidos em lei. “O que é lei precisa ser respeitado. Podemos e devemos bater na porta dos responsáveis e cobrar o cumprimento das normas,” concluiu.
O vereador Zenildo Nunes, por sua vez, defendeu a atuação do prefeito Simão Durando, afirmando que a gestão municipal tem um projeto voltado para o atendimento de crianças autistas, mas enfrenta dificuldades em atrair neuropediatras para atender pelo SUS. “O prefeito já convocou neuropediatras várias vezes, inclusive no rádio, mas eles não vêm,” explicou Zenildo. Ele destacou que o município está disposto a pagar pelos serviços desses profissionais, mas que há uma escassez de especialistas interessados em atuar na rede pública. “Se alguém conhecer um neuropediatra, indique, porque o município contrata imediatamente. Temos recursos, o que falta é o profissional,” apelou o vereador.
A vereadora Samara da Visão também se manifestou, destacando a importância de garantir acesso a uma rede de amparo e acompanhamento para essas famílias. “As mães atípicas enfrentam dificuldades enormes, desde o acesso a uma consulta com um neuropediatra até o acompanhamento contínuo das terapias, que são fundamentais para o desenvolvimento da criança,” disse Samara. Ela também ressaltou que muitas mães acabam abandonando suas próprias rotinas e sonhos para se dedicar aos filhos, sem contar com o suporte necessário do município. “Não podemos ficar apenas em discursos. Precisamos de atitudes concretas para fazer a diferença na vida dessas mães e de seus filhos,” afirmou.