Vereadores denunciam suspensão de cirurgias no Hospital Dom Malan “por falta de kit higiênico” e cobram providências ao ISMEP

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Com a identificação de problemas no atendimento à saúde das crianças de Petrolina, os vereadores pautaram na sessão desta terça-feira (14) algumas reivindicações quanto à melhoria urgente na assistência ao público desta faixa etária. Entre os alvos prioritários estava o Hospital Dom Malan, atualmente sob a gestão do Instituto Social das Medianeiras da Paz, organização de saúde contratada pelo Governo de Pernambuco. E para a surpresa de muitos, um dos primeiros a denunciar a falta de assistência a um menino encaminhado para a unidade foi o vereador Ronaldo Silva. Mesmo sendo aliado da governadora Raquel Lyra, Silva garantiu nunca “comungar com nada errado”.

E não vou comungar com o que uma criança está passando em Petrolina, através do Hospital Dom Malan, gerenciado pelo ISMEP. Uma criança que está sofrendo há meses. Eu mesmo a levei lá, levei os papéis pedindo, com urgência urgentíssima, uma cirurgia que está com os testículos aumentados, uma hérnia umbilical. Essa criança chora dia e noite e eu não concordo com o que ela está passando. Se essa criança vier a falecer, nós vamos processar o ISMEP, a empresa que hoje presta serviço de saúde ao Dom Malan, porque isso não é justo”, denunciou Ronaldo. 

O líder do governo, Diogo Hoffmann relatou casos em que a falta de insumos impediu a realização de procedimentos na unidade. Diante da situação, o vereador convocou a bancada de situação para assinar um requerimento solicitando justificativas da direção do HDM acerca das constantes remarcações e suspensões de cirurgias. “Nós áudios aqui de populares, informando que algumas cirurgias não foram realizadas por falta de kit higiênico, por falta de insumos básicos, simples, que devem ser providos pela direção e pela gestão. (…) As informações que nós temos dizem respeito de que pessoas que já estavam dentro do bloco cirúrgico esperando a sua hora de ser operada, já com o jejum e o preparo de medicamento e transtornos que o preparo para uma cirurgia exige, e que na hora de operar são retiradas porque não tem kit higiênico”, lamentou.

O vereador Zenildo Nunes buscou entender onde está o erro, já que a unidade conta com os financiamentos dos governos estadual e federal. “Eu fiquei preocupado quando o IMIP saiu do Hospital Dom Malan. Hoje estamos vendo a situação da unidade sem insumos para realizar as cirurgias das crianças. O hospital tem grandes cirurgiões pediátricos, dr. Sidney, dr. Rogério e muitos outros. O que está faltando é estrutura, estão faltando recursos e o HDM não pode ficar dependendo de emendas porque o Estado paga, tem um contrato com ele e todo mês vem o recurso, assim como vem os valores repassados pelo Governo Federal”.

Por fim, a vereadora Samara da Visão, lamentou a situação e relembrou que além dos problemas enfrentados na busca pelo atendimento no Dom Malan, a rede municipal de saúde também tem deixado a desejar. “Que cidade é essa que não consegue atender às nossas crianças? Hoje, pela manhã, quando eu vinha para a Câmara, escutei no rádio o lamento de uma mãe que precisava de um exame para o seu filho e Neya [Gonçalves] noticiava que ele custava R$ 1.900. E essa mãe estava com essa criança sentindo tanta dor que não conseguia dormir. A gente não fala sobre números, falamos sobre vidas que estão sofrendo muito com a falta de uma saúde básica, de uma saúde que possa atender realmente as nossas crianças”, cobrou a vereadora.

O que diz o ISMEP

O Nossa Voz entrou em contato com a assessoria de comunicação do Hospital Dom Malan que esclareceu que a criança citada por Ronaldo Silva teve sua cirurgia marcada, entretanto, o procedimento não foi realizado porque o menino apresentou sintomas gripais, o que inviabilizou a operação. Na próxima segunda-feira (21), será feito o contato com os familiares da criança para uma nova marcação do procedimento.

A ascom também afirmou que as denúncias relativas à falta de insumos são improcedentes.