O programa Nossa Voz desta segunda-feira (25) trouxe uma importante discussão sobre a defesa dos direitos de crianças e adolescentes com o conselheiro tutelar Gabriel Bandeira, que destacou o preocupante aumento do número de violência contra este público registrado em Petrolina.
Gabriel informou que diante do contexto da pandemia, com as crianças o tempo todo em casa, a violência aumentou em 40%. “Neste trimestre tivemos um aumento de 30 a 40% e quem pratica geralmente é quem deveria proteger: mãe, pai e depois madrasta, padastro… Em âmbito nacional, os números no Disk 100 também aumentaram muito, e 80% somente à violência doméstica”, destacou.
Diante da situação de violação de direitos das crianças e adolescentes, Gabriel salientou que a conscientização dos pais é um aspecto primordial para a diminuição dos episódios. “A conscientização dos pais é muito importante. Temos feito intervenções, porém, tenho dito que no Brasil há uma cultura dos pais educarem os filhos através da violência, e hoje nós sabemos que existe uma lei específica e o ECA que proíbe crianças de serem punidas com castigos físicos. Animais, idosos, mulheres, todos possuem leis específicas e todos sabem que não pode bater, que não pode machucar. Porque com as crianças tem que ser diferente?”, questiona.
Bandeira pontuou que muitos casos vem acompanhado de ódio e que há casos em que uma agressão pode levar ao óbito. “A gente vê que a violência vem acompanhada de ódio e raiva, não sei como um ser humano pode ter raiva de seu próprio filho. A criança, num momento deste, pode ser atingida de uma situação que venha levar ela a um coma, a um óbito. Aqui em Petrolina houve uma ocorrência na Ilha dos Coqueiros, onde o genitor bateu numa criança de 5 meses. O pai se incomodou com o choro da criança, ou seja,a gente vê que parte de coisas fúteis e sem justificativa”, explica.
O conselheiro finalizou explicando que o papel do cidadão é fundamental. “O cidadão que souber de algum episódio de violência, de maus tratos a crianças, pode acionar o Conselho Tutelar, pode fazer a denúncia aos órgãos de segurança, à Polícia Militar e também ao Disk 100 que é um número nacional. Pode ficar tranquilo, porque não precisa se identificar, as denúncias são anônimas e você pode estar protegendo uma criança de passar por transtornos”, disse.