A menopausa é uma fase na vida da mulher caracterizada pela interrupção dos ciclos menstruais, um período que requer adaptação e cuidados. Para falar sobre o assunto, o programa Nossa Voz recebeu nesta segunda-feira (24) a ginecologista Kaline Fernandes.
A médica explicou como identificar os primeiros sinais da chegada da menopausa. “Mesmo antes da menopausa, a gente já começa a perceber a irritabilidade, insônia, baixa libido, ressecamento vaginal, e depois, os sintomas secundários, osteoporose, osteopenia, doenças cardiovasculares, e alzheimer, estes sãos os principais”.
“A menopausa é um marco na nossa vida, a gente só consegue dar o diagnóstico da menopausa após um ano de ausência da menstruação. Eu gosto de comparar com a primeira menstruação, que nós chamamos de menarca, é realmente um marco na vida, mas esse diagnóstico vem um ano depois. Não necessariamente é só a parada, a gente já começa a perceber uma falha desses ciclos ou às vezes até o aumento desse fluxo menstrual, menstruando uma, duas, três vezes no mês, isso mostra alterações hormonais. Eu gosto de dizer, que fica tudo doido”, pontuou.
Kaline relatou que a chegada da menopausa pode ocorrer dos 45 anos até os 50, tendo a possibilidade de ser antes, em caso de menopausa precoce, ou depois, após os 50 anos, a depender do estilo de vida de cada pessoa.
Apesar de natural, é um período delicado para as mulheres. “Eu costumo dizer que parece um abismo, você chega e cai no abismo de um mundo novo, porque realmente nossos hormônios, eles são as perolazinhas da nossa vida, e nos dão uma qualidade de vida, tanto de sinais clínicos, quanto de saúde mesmo”, declarou.
O bem estar emocional fica comprometido nessa fase. “Elas ficam bem entristecidas, irritadas, gera muita ansiedade. (…) Também vem a questão do relacionamento, que começa às vezes o marido cobrar, (…) acaba que envolve a família, e dependendo da situação, ajuda da psicologia”, alertou.
Essa fase é marcada por sintomas que precisam ser observados. “Quando a gente começa a perceber, é importante que a gente procure ajuda. Através de exames laboratoriais, a gente consegue detectar outras formas de ajudar, ajustes com suplementos também, e sempre pensando na reposição hormonal, é o padrão ouro para que a gente tenha uma manutenção, uma longevidade saudável”, contou.
“O climatério é esse período que antecede à menopausa. Todo esse período que antecede, que cursa com esses sintomas, nós chamamos de perimenopausa ou climatério. Pra gente conseguir atravessar bem, faz a avaliação para suplementação, principalmente pensando na suplementação de hormônios, associada à qualidade de vida no intuito de organizar a alimentação, pensar numa vida mais anti-inflamatória e associar à atividade física”.
Em relação aos exames necessários nessa fase, Kaline pontuou: “Exames laboratoriais, toda a parte de perfil hormonal, avaliar a resistência à insulina, que também tem uma interferência nos nossos hormônios, adrenal também, uma glândula bem importante para a gente dar uma investigada e toda a parte de exames de imagem pra gente iniciar a parte hormonal com segurança”.
Kaline explicou que é possível engravidar no climatério. “Depois da menopausa, vem aí Cláudia Raia para desmentir, mas é uma coisa, muito, muito rara. Então, a gente considera que não se engravida após a menopausa, mas no climatério ainda existe essa possibilidade porque ainda não houve falha”.
Fernandes comentou sobre o uso de produtos naturais. “O chá de amora miúra tem um potencial estrogênico, então aqueles sintomas dos fogachos, que são os calorões, (…) ele consegue ajudar nesses sintomas sim, não chega a ser uma reposição hormonal. (…) Existem ervas que nós utilizamos, principalmente para pacientes que têm contraindicação à reposição hormonal”, afirmou.
Foto: Moacir Santana