A websérie “Contando o Rio Opará – Histórias para navegar”, produzida pela Cia Biruta de Teatro (Petrolina/PE), é tema de artigo selecionado para a 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, um dos mais importantes eventos de pesquisa do país. O artigo será apresentado nesta terça-feira (15), na Universidade Federal Rural de Pernambuco, em Recife (PE), pela estudante de jornalismo e pesquisadora Cibelle Vieira.
Disponível no YouTube, em cinco episódios, a série apresenta histórias e personagens que fazem parte do imaginário local, como a lenda do Nego D’água, da Serpente da Ilha do Fogo e da Mãe D’água. Na pesquisa “Análise da representação do semiárido brasileiro na websérie ‘Contando o Rio Opará – Histórias para Navegar’”, a pesquisadora investiga quais tipos de representações sociais do semiárido brasileiro são formadas na série.
De acordo com Cibelle, a pesquisa nasceu da sua relação com o Núcleo Biruta de Teatro (NBT), espaço formativo mantido pela Cia para a oferta de aulas gratuitas de teatro na periferia de Petrolina. “Eu e a minha orientadora, a professora Carla Paiva, chegamos a duas opções de temas para trabalhar na iniciação científica e escolhi a Cia Biruta por participar do NBT e por entender a prática de trabalho do grupo”, explica.
Integrante da Cia Biruta, a atriz e produtora cultural Camila Rodrigues também encontrou na atuação do grupo o seu objeto de estudo para o trabalho de conclusão do curso de Letras (TCC). “É muito importante que a gente possa falar sobre quem somos também dentro da universidade. O que a gente constrói na vida, na arte, na comunidade, também é pensamento, também é teoria. Acabei de ter meu TCC aprovado na Universidade de Pernambuco, onde também pesquisei sobre a experiência do NBT. Isso foi muito marcante para mim, porque um trabalho científico é também um registro na história”.
Co-fundadora da Cia Biruta, Cristiane Crispim destaca a satisfação não apenas em ver o trabalho do grupo entre os interesses dos pesquisadores, mas em ver como a atuação do grupo afeta o seu entorno. “É bonito demais ver o pensamento dos artistas e grupos do interior ganhando espaços que, por muito tempo, pareciam impossíveis. É um orgulho ver uma geração mais jovem dedicando tempo para pesquisar sobre o próprio território, sobre sua gente, sobre um grupo local. Isso reafirma como a nossa cultura tem força, tem valor e merece ser estudada e lembrada na história”.
Fonte: Assessoria