Na noite de ontem (19), o ex-ministro José Dirceu esteve em Petrolina-PE, onde participou do Café Filosófico, realizado pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Dirceu está viajando pelo Brasil para lançar o livro Memórias Volume I e também passou por Juazeiro-BA. No município pernambucano, o encontro foi realizado na Câmara de Vereadores.
Segundo Dirceu, o livro é “um reencontro com a nossa história, com a geração que lutou contra a Ditadura, a nossa luta pela liberdade, pela democracia. A revolução cultural que minha geração fez em 1968 e também essa história recente do próprio PT”, explicou o autor, informando que o livro aborda até o ano de 2006.
Durante o encontro, ele comentou rapidamente sobre a relação dele com Pernambuco. Disse que já viveu clandestinamente no Estado durante a Ditadura Militar, passando por Caruaru, Serra Talhada, Arcoverde e Salgueiro. Ele também destacou a relação com os ex-governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos, que participaram da construção política para a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva até a presidência da República.
O ex-ministro também comentou sobre o atual momento político que o país vivencia. “Não é momento mais de resistência. É de construir uma alternativa ao que está aí. Mudou o Brasil. O Brasil não vive mais o período histórico que nos levou ao governo. A coalizão conservadora que o PSDB hegemonizava foi substituída por uma coalizão de extrema direita, fundamentalista, religiosa, autoritária, obscurantista, pró Estados Unidos”, explanou Zé Dirceu.
Na contramão dos anti-Rede Globo, Dirceu destacou que a emissora é vanguarda na luta pelo direitos humanos nos mais diversos segmentos. “A Globo é vanguarda na luta contra o racismo, defesa da mulher, contra o feminicídio, defesa do meio ambiente, defesa dos homossexuais. São dois brasis estão se chocando e nós não podemos tratar isso como uma questão religiosa. Não é! Nós temos que respeitar o sentimento religioso”, justificou o ex-ministro sobre as críticas direcionadas à emissora.
José Dirceu ainda falou dos erros do governo do PT. “Nós não construímos durante o nosso governo uma força popular. Porque não tinha as mães do Bolsa Família? Porque não tinha as mães do Minha Casa, Minha Vida? Os jovens do Prouni? Porque nós não organizamos o povo? Porque nós não fizemos luta política com todo mundo? Bolsonaro faz luta política todo o dia, toda semana, todo mês. (…) Se nós sofremos tantas derrotas, nós temos que mudar. (…) Quando você perde, você para, faz um balanço e muda. Nós temos que mudar. Nós temos que voltar a estar ao lado do povo”, afirmou o petista, que fez questão de dizer que é otimista e acredita na virada do PT.