Na sessão desta terça-feira (14), a Câmara Municipal de Petrolina contou com a aprovação de um projeto de Lei de autoria do vereador Josivaldo Barros. Aprovado por 15 votos, o PL “dispõe sobre a isenção de pagamento de taxas de inscrição em concursos públicos e processos seletivos realizados no âmbito municipal”. A matéria agora segue para a sanção do prefeito Simão Durando.
Depois disso, os parlamentares dispuseram do tempo de cinco minutos para seus pronunciamentos com tema livre. Entre eles, estava o vereador Zenildo Nunes, que cobrou que o ISMEP – Instituto Social das Medianeiras da Paz dialogue com os seus profissionais para que não haja prejuízos para as gestantes e crianças atendidas no Hospital Dom Malan.
“A nova gestão está deixando muito a desejar. Não sei se as pessoas lembram da gestão do IMIP, que quando não tinha como realizar um procedimento em Petrolina, enviava o bebê para Recife ou Salvador, por via aérea. Eu estou muito preocupado, o hospital está superlotado, as enfermeiras, técnicos de enfermagem e os médicos também estão, porque não havia informações sobre o pagamento de suas gratificações. Nós estamos preocupados preocupados porque o HDM tem um atendimento de excelência, tem os melhores equipamentos, por isso, pedimos encarecidamente para que a nova empresa venha realmente conversar, dialogar com os funcionários daquele hospital”.
Atento ao pronunciamento do colega, o vereador Ronaldo Silva, questionou a gestão feita pelo IMIP no HDM durante os governos do PSB. Ele também assegurou que o diálogo está permanentemente estabelecido entre o ISMEP e os profissionais que atuam no Hospital Dom Malan. Como exemplo disso, Silva detalhou a recente negociação com os médicos ginecologistas e obstetras para a continuidade dos serviços em meio a transição da gestão daquela unidade de saúde, referência para mais de 50 municípios na rede PEBA.
“Há pouco tempo o IMIP era a pior empresa que existia, para representar as mulheres e as crianças da nossa cidade, nas questões de saúde materno-infantil. Eu quero dizer, vereador Zenildo, que o pagamento foi feito atrasado para os funcionários cujos dados não bancários não foram atualizados junto ao RH, mas todos os salários foram pagos ontem. Sobre a questão médica, houve uma reunião em Recife com representantes da Secretaria Estadual de Saúde, junto com o ISMEP, com a coordenadora presidente, a irmã Fátima. Na ocasião, foi relatada a situação em que cerca de 25 obstetras estão colocando a faca no pescoço da instituição, que não pode trabalhar só para 25 médicos não. Você sabe quanto um médico está cobrando para um plantão desses? R$ 19 mil. E os outros funcionários?”
Ainda sobre esse assunto, o ISMEP divulgou ontem uma nota sobre o fim do impasse com os médicos ginecologistas e obstetras que atendem na unidade:
Diante de informações desencontradas multiplicadas nos meios sérios de comunicação de Petrolina e região, o ISMEP vem através desta nota informar sobre o funcionamento do Hospital Dom Malan, unidade de saúde referência e de alto risco na atenção materno-infantil atendendo 53 municípios que compõem a Rede PEBA.
Durante o processo de transição da gestão e de seleção de profissionais, a direção do ISMEP foi procurada por alguns médicos ginecologistas-obstetras que já atuavam na unidade, com o objetivo de reivindicar aumento dos salários, sob o argumento de que a gestão anterior pagava valores maiores. A direção do ISMEP alterou os valores para R$ R $7.632,85 – diarista e R $11.852,25 – plantonista, num enorme esforço financeiro da instituição.
No entanto, os ginecologistas-obstetras reivindicavam R $8.500,00 – diarista, R $15.000,00 – plantonista semana e R $19.000,00 – plantonista final de semana, estando muito acima dos salários praticados na região, inclusive na rede privada.
As informações foram repassadas ao Ministério Público – Promotoria de Saúde em Petrolina e ao Sindicato dos Médicos em Pernambuco.
Depois da pressão dos profissionais, o ISMEP fechou os valores em R$ 15.000,00 para plantonistas da semana e R $18.500 para plantonistas de final de semana, por 45 dias. A gestão anterior praticava salário base em média de R$ 8 mil para médicos (bem menor do que o adotado pelo ISMEP) e, restando apenas 3 meses para o final do contrato, concedeu gratificações extraordinárias para os ginecologistas-obstetras, mas chegou ao final da gestão com um déficit superior de R$ 22 milhões.
O ISMEP se mantém à disposição para prestar todas as informações relativas ao funcionamento da unidade, e reafirma a sua missão de servir, salvar vidas e prestar assistência à população que mais precisa, sempre com respeito aos profissionais, responsabilidade e integridade.