Eleições proporcionais e o chapão da morte

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E agora Petrolina? São 260 mil eleitores registrados para o pleito de 2024, onde o petrolinense vai escolher seu vereador e prefeito simultaneamente. Se os partidos são ilustres desconhecidos do grande público, os nomes, em particular, da Câmara Municipal na atual legislatura, soam bem familiares aos ouvidos da rádio e aos seguidores nas diferentes redes sociais.

São 23 vereadores apostando na reeleição em público, mas, nos bastidores, trabalhando com suas calculadoras e desempenho para o coeficiente eleitoral e partidário.

Partidos como o MDB, perdendo prestígio e a premiação de legendas de fama nacional, como o PDT de Brizola, que vem ganhando contorno em nome de candidatos, até ontem vinculados ao governo Bolsonaro, que por sua vez, tem o prestígio virtual do bolsonarismo.

As eleições municipais encaminham suas chapas, majoritária e proporcional, a um novo ambiente político. Aquele velho discurso da renovação, sobretudo, nos programas partidários, não comovem o velho eleitor, que vota abraçado ao assistencialismo, que vive desfilando em gabinetes, massageando com cargos comissionados e se revelando devasso na véspera do voto, em dinheiro vivo ou favores fisiológicos. Tem o voto ideológico debruçado em bandeiras progressistas e teses conservadoras. Mas na apuração, isso é segundo plano, vale mesmo é o voto contado e cantado.

 A atual legislatura em Petrolina, neste período onde o calendário eleitoral, já botou os pés no colégio eleitoral e exibe as configurações de 12 partidos e uma federação. Os atuais vereadores estão espremidos nesses coeficientes partidários onde as surpresas poderão revelar nomes debutantes ou consagrar veteranos. No geral, nomes que já passaram pela Câmara Municipal, tentam uma volta com roupagem nova e cabos eleitorais em potencial, nas comunidades organizadas, nas corporações sindicais, nas igrejas, nos quartéis, entre lideranças, desde o sequeiro aos perímetros urbanos e irrigados.

Essa eleição apresenta partidos novos e interessantes no conteúdo político, mas, com propostas ainda agarradas a um status quo, que manda na economia e política de grupo nesta cidade com seus temas mais urgentes, no emprego, saúde, educação, transporte público, moradia e um olhar mais cuidadoso às demandas da mulher, do negro, LGBTQI+, dos especiais.

Essa dialética da politização com seus conceitos atrasados em fisiologismo e num outro ângulo, com temas atualíssimos de sustentabilidade e da inclusão social, vai decidir qual sorte será lançada no coeficiente mais conhecido, o voto contado pra quem.