Um dia após a operação da Polícia Civil de Pernambuco que mirou o diretor e policiais penais da Penitenciária Dr. Edvaldo Gomes, localizada em Petrolina, no Sertão, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP) publicou portaria, nesta quarta-feira (20), confirmando o afastamento dos investigados por ordem judicial.
A suspensão cautelar das funções foi aplicada para o diretor da unidade prisional, Alessandro Barbosa Martins de Souza, além dos policiais penais Ronildo Barbosa dos Santos, Ricardo Borges da Silva, Vinícius Diego Souza Colares, Rivelino Rufino de Carvalho e Cledson Gonçalves de Oliveira.
Na portaria, o secretário estadual Paulo Paes de Araújo determinou que sejam recolhidas as identidades funcionais dos investigados, além de materiais bélicos (como armas) que ainda estejam em posse deles. Por fim, o gestor pediu que seja enviada cópia da documentação à Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), que vai instaurar processo administrativo disciplinar em desfavor dos policiais penais.
De acordo com a Polícia Civil, a investigação foi iniciada em maio de 2024, com o objetivo de identificar e desarticular uma organização criminosa voltada à prática de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e introdução de aparelho telefônico de comunicação móvel em presídio.
A operação, chamada de Publicanos, foi coordenada pela Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária e pelo Grupo de Operações Especiais (GOE). Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, afastamento de funções e bloqueio judicial de ativos financeiros, expedidos pelo Juízo da Primeira Vara Criminal da Comarca de Petrolina.
Armas de fogo foram apreendidas nas casas de suspeitos e seguiram para o Recife, onde passarão por perícia – bem como outros materiais recolhidos pelos policiais na operação.
Uma coletiva de imprensa ainda será agendada pela Polícia Civil para detalhar como funcionava o esquema criminoso na penitenciária, que também foi alvo de buscas e apreensões na terça-feira.
Em nota à imprensa, na terça-feira, a assessoria da SEAP declarou apenas que “não compactua com quaisquer atos ilícitos dentro do sistema prisional de Pernambuco”. E disse que “segue à disposição e colaborando com todas as investigações policiais”.
Fonte: JC
