O governo da Bahia afirmou, nesta quinta-feira (10), que a parceria para testar vacinas da Rússia contra a Covid-19 prevê a produção de 50 milhões de doses.
A previsão é de que as doses da Sputnik V comecem a ser entregues em novembro deste ano, desde que haja aprovação por parte dos órgãos reguladores no Brasil. A Bahia é o segundo estado brasileiro a firmar um acordo com a Rússia para a produção da vacina. O primeiro foi o Paraná. Os testes da parceria devem começar em outubro, mas ainda dependem da liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O acordo de confidencialidade com o governo da Rússia estabelece ainda que todas as informações científicas da vacina sejam repassadas para a Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico (Bahiafarma). Na prática, o acordo marca um avanço nas negociações entre o país e o estado, que a partir de agora poderá ter acesso à tecnologia usada na produção do imunizante.
De acordo com o governador Rui Costa, o próximo passo é a instituição decidir se vai dar seguimento no projeto. Primeiro, o protocolo do governo russo será submetido ao comitê de ética do Instituto Couto Maia, que fica em Salvador, depois ao Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conepe), em Brasília, além da Anvisa.
Caso haja aprovação de todos os envolvidos no processo, o governo pretende iniciar o estudo da vacina russa na Bahia dentro de um mês. A intenção é fazer o teste clínico em 500 participantes.
Segundo o secretário da saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, a vacina está sendo testada em cerca de 40 mil pessoas em todo o mundo e se mostrou “segura e eficaz” até o momento.
“Ministrada em duas doses, ela utiliza a plataforma de adenovírus humano, que é conhecida e estudada há décadas. Outras vacinas em estágio de pesquisa utilizam adenovírus de macaco ou mRNA, o que significa que seus efeitos e reações adversas precisam ser estudados por mais tempo”, disse Fábio Vilas-Boas.
Conforme o governo da Bahia, o adenovírus humano é uma plataforma para o desenvolvimento de vacinas que tem se mostrado segura ao longo de décadas, incluindo 75 publicações científicas internacionais e mais de 250 ensaios clínicos.