A Bahia é o estado brasileiro com o maior número de casos sob investigação de Síndrome Congênita da Zika (SCZ), incluindo ocorrências de 2015. A informação consta na edição de julho do boletim epidemiológico da doença divulgado pelo Ministério da Saúde, com base na notificação dos casos suspeitos no Registro de Eventos em Saúde Pública (Resp).
A síndrome pode causar diversos sintomas e sinais, como calcificações intracranianas, problemas auditivos e graves anomalias oculares, mas o mais conhecido é a microcefalia – quando um bebê apresenta diminuição do perímetro craniano ao nascer.
O estado somava até então 451 casos suspeitos sendo analisados. Em todo o Brasil são 2.835 nesta situação, de acordo com dados notificados até junho pelo Ministério da Saúde. Deste total, 166 são de 2015, quando foi identificada a relação do vírus da zika e o aumento de casos de microcefalia e outras alterações em bebês. O número representa 4% do total de notificações naquele ano.
O boletim informa que o total ainda inclui 709 casos de 2016, que equivalem a 8% das notificações de SCZ, 428 de 2017 (16%), 436 de 2018 (25%), 704 de 2019 (47%) e 392 de 2020 (84%).
Seguem a Bahia na soma de casos em investigação São Paulo com 336, Tocantins que totaliza 284 e o Espírito Santo com 222.
Na publicação, a pasta alerta que apesar do período de emergência ter sido encerrado, novos casos da Síndrome Congênita da Zika continuam ocorrendo no país.
RECOMENDAÇÕES DO MINISTÉRIO
No boletim o Ministério da Saúde elenca uma série de recomendações para as secretarias estaduais. A pasta sugere manter ativa a notificação dos casos suspeitos de SCZ, visto que novos casos da doença continuam a ocorrer de maneira sistemática no país; e destaca a necessidade de concluir os casos que ainda estão em investigação, seja por busca ativa das crianças nos serviços de atendimento, junto às equipes assistenciais e gestores municipais, ou pelo relacionamento entre bancos de dados.
Outro ponto recomendado diz respeito ao fortalecimento da capacidade dos sistemas de Vigilância Epidemiológica para a captação de casos e reforço das equipes de investigação de campo. Além de manter o acompanhamento do cuidado das crianças suspeitas e confirmadas por SCZ e outras etiologias infecciosas, e manter o envio destes dados atualizados ao Ministério da Saúde. (Fonte: Bahia Notícias)