A cidade de Jaguarari, a cerca de 407 km de Salvador, teve 88 registros de tremores de terra durante a última terça-feira, entre 6h37 e 18h40. Somente em 2024, o estado da Bahia já contabilizou mais de 100 tremores de terra. Mesmo que de forma sutil, estima-se que a população pode sentir os eventos quando a magnitude ultrapassa a marca de 1.5 mR.
O geólogo do LabSis, Eduardo Menezes, diz esses eventos podem aumentar, diminuir ou desaparecer, é difícil precisar, pois dependem de várias questões climáticas. Os eventos ocorridos em Jaguarari tem relação com falhas que são ativas. De acordo com Eduardo, por vezes ou outra, há uma frequência de tremores de mais de 80 eventos. “Ano passado teve um dia que chegou a mais de 100”, disse.
O especialista explicou se o evento pode ocorrer em outros municípios da Bahia e Nordeste, além de afetar as regiões. De acordo com Eduardo Menezes, no caso da Bahia, as áreas monitoradas pelo LabSis, têm ocorrido “eventos de baixa intensidade, que podem aumentar ou diminuir, podendo até desaparecer”.
O geólogo afirmou ainda que os eventos podem ocorrer em outros locais que o instituto não tem conhecimento, de forma esporádica e com magnitude maior.
No entanto, segundo Eduardo, não há como prever com precisão. “O que é feito nos estudos e mapeamentos é indicar as áreas com maior probabilidade. Na Bahia temos as áreas de Jaguarari, Jacobina e Amargosa, que temos mais dados recentes”, informou o geólogo.
Atividade humana – Outro problema, de acordo com Eduardo, é a atividade humana na região a partir do trabalho feito em uma mineradora grande na área.
“Está sendo feito um monitoramento há cerca de um ano para saber se existe alguma relação direta ou não. Precisamos de muito tempo e observação para definir isso, porque não existe uma sincronia. Então a gente quer saber se a exploração de minério impacta na sismicidade”.