O Conselho Penitenciário do Estado Bahia (Copen) vai oficiar a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia (Seap) por utilizar ivermectina para a Covid-19 no sistema prisional. A Bahia foi o único estado brasileiro a adotar o fármaco ivermectina no plano de ação e combate à Covid-19 nas cadeias. Apesar da ineficácia já comprovada, o medicamento, junto com a substância hidroxicloroquina, continua sendo defendida por diversos nomes do cenário brasileiro, o qual inclui médicos, políticos e até mesmo o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com a conselheira Claudia Roberta Sampaio ao Bahia Notícias, a notícia foi uma surpresa para o órgão. “O conselho penitenciário recebe a notícia como denúncia e irá oficiar a Seap para que se manifeste acerca da veracidade dos fatos. Pois que, para que medidas possam ser tomadas é preciso assegurar o contraditório. Contudo, repudiamos qualquer ato que vá de encontro a Ciência, ou viole regras de Direitos humanos”, disse.
O órgão deverá deliberar a condução do caso na próxima sessão pela remessa de ofício para investigar a distribuição do medicamento no sistema prisional baiano. O Copen é um órgão colegiado superior, que integra profissionais de diversos segmentos da justiça.
A informação sobre o incremento no estoque do medicamento no sistema prisional baiano, que possui 13.380 pessoas com restrição de liberdade, distribuídas em 26 unidades prisionais, consta em um monitoramento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicado quinzenalmente. “Houve incremento desses insumos [medicamentos] especialmente ivermectina”, evidencia a versão mais recente do levantamento, publicada no dia 3 de fevereiro.
(Fonte: BN)