O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, alertou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que 224.999 das 577.125 urnas que serão usadas nas eleições gerais deste ano não foram submetidas ao Teste Público de Segurança (TPS). A medida é uma das fases para garantir a integridade dos dispositivos.
“Cerca de 39% (trinta e nove por cento) das urnas (224.999 das 577.125 urnas) a serem empregadas nas eleições de 2022 seriam do modelo UE2020, que não foi submetido ao TPS, além do teste ter sido entendido como parcial, em face das correspondentes regras de controle, estabelecidas pelo TSE, e pelo fato de que somente uma parcela do software é submetida ao TPS”, aponta o ministro em documento enviado ao presidente da Corte, ministro Edson Fachin, nesta sexta-feira (10).
O texto ainda defende a participação de partidos políticos na auditagem das urnas eletrônicas, pois, segundo a Defesa, “completaria um rol de medidas aptas a aumentar a transparência do processo, caracterizando melhor a separação de responsabilidades entre auditor e auditado”.
“Desprestigiadas”
Ainda na manifestação desta sexta, os militares se mostraram consternados pelo fato de o TSE ter rejeitado as sete sugestões feitas por eles, sem promover um debate para esclarecimentos. Na peça enviada ao ministro Edson Fachin, o general Paulo Sérgio disse que as Forças Armadas “não se sentem devidamente prestigiadas”.
A Corte justificou que havia erros de cálculo nos documentos técnicos apresentados pelos militares e que parte das medidas apontadas para ampliar a segurança das urnas já foram implementadas.
No documento, o ministro aponta que as sugestões feitas precisavam ser esclarecidas e tinham a intenção de debater o quanto antes. Contudo, a Corte apenas apresentou que havia divergências entre as propostas das Forças Armadas, mas não marcou reunião para a discussão.
“Até o momento, não houve a discussão técnica mencionada, não por parte das Forças Armadas, mas pelo TSE ter sinalizado que não pretende aprofundar a discussão. (…) Até o momento, reitero, as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas por atenderem ao honroso convite do TSE para integrar a CTE (Comissão de Transparência das Eleições)”, escreveu o ministro.