Despedida de Aero Cruz da presidência da Câmara de Petrolina expõe articulação de bastidores: “Da traição, até Jesus rodou”

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A eleição da mesa diretora da Câmara Municipal de Petrolina, realizada na noite de ontem (1º), foi marcada por uma reviravolta histórica. Aero Cruz, candidato à reeleição e apoiado pelo prefeito Simão Durando e pelo ex-prefeito Miguel Coelho, sofreu uma derrota que expôs falhas de articulação política e abriu espaço para a ascensão de Osório Siqueira, eleito presidente com apoio de uma chapa dissidente.

Mesmo com o apoio declarado de 18 vereadores da base governista e a adesão de dois parlamentares da oposição — Gaturiano Cigano e Diego Serra —, Aero Cruz não conseguiu consolidar sua liderança. A articulação vitoriosa, liderada por Ronaldo Silva, Gilberto Melo e Orlando Tolentino, surpreendeu o cenário político local.

A traição da base e reconhecimento a Ronaldo Silva

Durante seu discurso de despedida, Aero Cruz reconheceu as falhas em sua articulação e fez críticas indiretas à sua base. Visivelmente abatido, ele comparou a derrota à traição de Jesus Cristo. “Posso ter errado na articulação, porque só consegui 11 votos. Mas, como dizia minha mãe, ‘da traição, até Jesus rodou’.”

Aero também apontou o papel de Orlando Tolentino, assessor do prefeito Simão Durando, na formação de sua chapa, mas não poupou críticas ao resultado. “Quero parabenizar o assessor Orlando Tolentino, que articulou várias vezes. Fiz a minha parte, mas infelizmente não foi suficiente.”

Aero fez questão de reconhecer o papel estratégico de Ronaldo Silva, que liderou a articulação que garantiu a vitória de Osório Siqueira. “Quero parabenizar o vereador Ronaldo Silva, que mesmo sendo oposição, nunca deixou de ser meu amigo. Ele foi direto comigo, disse que trabalharia para vencer a eleição, e conseguiu.”

A vitória de Osório e sua base

Osório Siqueira foi eleito com 12 votos, ao lado de Gilberto Melo (vice-presidente) e outros aliados. A chapa vitoriosa foi construída sob a liderança de Ronaldo Silva, com articulações que minaram o apoio da base governista a Aero Cruz.

Gilberto Melo justificou o nome da chapa, denominada “Chapa do Amor”, destacando a busca por uma gestão mais inclusiva e harmônica na Câmara. A vitória representou uma quebra de expectativas para o governo, que contava com a continuidade de Aero no comando.