As recentes denúncias de um estupro seguido de morte de uma menina Yanomami de 12 anos, da comunidade Aracaçá, por garimpeiros da região, levou a Defensoria Pública da União (DPU) a entrar na apuração do caso. A investigação também tem o intuito de combater o garimpo ilegal na região.
“Nós estamos trabalhando em conjunto com as demais autoridades locais para os esclarecimentos dos fatos e proteção da comunidade indígena Ianomâmi. A DPU, como instituição essencial à justiça, é um instrumento do regime democrático e tem a incumbência constitucional de promoção dos direitos humanos e a defesa irrestrita dos direitos individuais e coletivos aos vulneráveis”, afirmou a defensora pública federal Maria Pilar Prazeres de Almeida, que atua no estado.
A investigação não se limita à representação em Roraima e acontece em conjunto com o Grupo de Trabalho Indígena da DPU e a Secretaria Geral de Articulação Institucional da DPU. O órgão também acompanha a ADPF n° 709, que está pendente de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), e dispõe sobre dever de isolamento de invasores de terras indígenas.
Indígenas fugiram da aldeia
Cerca de 24 indígenas da aldeia ianomâmi Aracaçá, na região Waikás, em Roraima, estão desaparecidos após as recentes denúncias. A comunidade tem sinais de incêndio.
De acordo com Júnior Hekurari Ianomâmi, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena e Ye’kuana (Condisi-YY), relatos indicam que os Yanomami fugiram após o estupro e estão escondidos na floresta.