Julio Lossio, ex-prefeito de Petrolina, fez duras críticas à atual administração em relação à saúde pública na cidade. Suas críticas se concentraram em questões relacionadas à gestão de hospitais na cidade.
Ele ressaltou a importância de reavaliar o sistema de saúde, afirmando que oferecer uma maternidade que realiza apenas um parto por dia é ineficiente e não atende às necessidades da população. “Na Secretaria de Saúde do Estado virou um pouco de piada a maternidade de Petrolina, porque faz um parto por dia. Era para tirar foto, era para sair no guia eleitoral. O Dom Malan faz 600 partos por mês”, destacou Júlio.
Lossio argumentou que é essencial direcionar recursos de forma equitativa e garantir que a maioria da população tenha acesso a serviços de saúde de qualidade, em vez de oferecer luxos a uma minoria enquanto a maioria enfrenta dificuldades na assistência médica. “O parto da nossa maternidade custa caro, já que tem uma gama de profissionais para fazer a média um parto por dia. É mais caro que um parto privado. Veja que nós precisamos rever isso, não adianta oferecer caviar a uma pessoa e pão seco para a maioria”, afirmou.
Em um discurso incisivo, Lossio comparou a sua gestão com a atual e argumentou que, após sua saída da prefeitura, a tarefa de ser prefeito de Petrolina se tornou consideravelmente mais fácil. “Modesta parte depois que eu sair da prefeitura ou durante a minha gestão ficou muito mais fácil ser prefeito de Petrolina”, ressaltou.
Ele relembrou problemas enfrentados por seus antecessores, como Guilherme Coelho, cujo grande desafio durante sua gestão foi o funcionamento precário do Hospital Dom Malan. Lossio ressaltou que esse hospital era uma preocupação constante, funcionando abaixo das expectativas e com problemas de financiamento significativos. Segundo ele, o hospital recebia um milhão de reais, mas gastava mais de dois milhões e meio, o que representava uma séria ineficiência na administração dos recursos públicos.
Lossio enfatizou que, ao assumir a prefeitura, ele percebeu a necessidade de priorizar a atenção básica em saúde e, por isso, buscou discutir com o governo estadual a situação do Hospital Dom Malan, uma vez que se trata de uma instituição de caráter regional e não deveria ser responsabilidade exclusiva do município. Ele reconheceu que houve atritos com o governador, mas destacou que a responsabilidade pelo hospital era, de fato, do estado.
“Quando assumi a prefeitura eu entendi que o município deveria priorizar a atenção básica, então nós fomos discutir com o estado do hospital, porque não existe Hospital apenas municipal no que se tange ao Dom Malan. Claro, você diz, mas você brigou com o governador para ele assumir, então nós fomos incisivos, agora ninguém assume aquilo que não é seu, porque o estado assumiu Dom Malan? Porque de fato é dele”, pontuou Lossio.
Ele também mencionou a criação de uma casa de parto que buscava melhorar a interação com a Secretaria de Saúde. Lossio lamentou a decisão de transferir uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para outra localização, o que resultou na perda de uma importante porta de entrada para o sistema de saúde e na transformação da maternidade da Secretaria de Saúde do Estado em motivo de piada, devido à baixa quantidade de partos realizados diariamente.
“Nós queríamos colocar a maternidade ao lado do Malan, hoje funciona na secretaria de saúde para ter uma interação maior. Infelizmente o Prefeito teve a ideia de levar para onde a gente queria uma UPA. Trouxe dois prejuízos: um deixamos de ter uma Upa que seria uma porta de entrada e temos uma maternidade”, finalizou.