As composições na oposição convergem em vários pontos aqui no Estado, principalmente no tange derrotar o PSB nas próximas eleições. Porém, quando se observa a influência do cenário nacional na política pernambucana, a coisa tende a desandar. Em entrevista ao Nossa Voz desta segunda-feira (20), o ex-senador Armando Monteiro (PSDB) analisou a situação dos possíveis palanques aliados que podem se desalinhar caso haja a exigência de palanques exclusivos para os candidatos a presidente da república.
“A definição dos palanques nacionais sempre terá reflexos aqui no quadro da política local. Mas sabemos também que era muito pouco provável que os partidos da oposição em Pernambuco pudessem ter o mesmo candidato à presidência da república, já que era sabido que PL integrava já a base do governo Bolsonaro e que o PSDB, por exemplo, é oposição ao governo Bolsonaro. Por outro lado, o DEM, que era o partido ao qual o prefeito Miguel se filiou e agora na perspectiva da fusão com PSL, União Brasil, ainda não tem candidato. Então nós precisamos levar em conta que o que nos une, o que nos reúne e Pernambuco, é poder em Pernambuco no campo das oposições oferecer um novo caminho, um novo projeto”, apontou.
Apesar do discurso pacificador, Monteiro reconhece algumas inviabilidades. A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB) vai apoiar João Dória para presidente. Já o PL do prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, acolheu Jair Bolsonaro na legenda. E por fim, o DEM, partido de Miguel Coelho, que a partir da fusão com PSL torna-se União Brasil, reafirma candidatura própria, apesar de não anunciar um nome.
Para isso, Armando apresenta a proposta de palanques abertos, evitando a exclusividade. “Se tivermos, ao que parece, mais de um candidato, vamos que ter que ter evidentemente a compreensão de que cada um desses partidos terá que abrir o palanque para acolher os seus candidatos e isso é algo que vai e que poderá acontecer. Agora, se um desses candidatos no plano nacional exigir um palanque exclusivo, aí teremos dificuldades. Porque fala-se, especula-se que o candidato Bolsonaro irá exigir um palanque exclusivo em Pernambuco. Aí evidentemente haverá dificuldade porque nessa hipótese nós não poderemos estar juntos”.