Com datas estipuladas pelo governo de Pernambuco para a volta às aulas presenciais de escolas das redes pública e privada do ensino médio e em meio à pandemia da Covid-19, representantes da educação dos municípios têm tido cautela quanto ao retorno. Segundo o presidente da União de Dirigentes de Educação dos Municípios em Pernambuco (Undime-PE), Natanael José da Silva, secretários municipais de educação decidiram manter a suspensão de aulas presenciais.
“Cada rede tem autonomia, cada município, para observar essa movimentação que se dá em se tratando da evolução do vírus em Pernambuco. Não há nenhum município que tenha se posicionado até o momento quanto ao retorno”, disse Silva.
A decisão, tomada na quinta (24), leva em conta as diferentes realidades dos 184 municípios pernambucanos, segundo Silva. Ainda não há data para o início da retomada dos ensinos infantil e fundamental.
“Temos uma diversidade muito grande em termos de normalidade. Nesse período de pandemia, há um entendimento por parte dos municípios e das famílias [de estudantes] quanto à insegurança para o retorno”, afirmou.
As diferenças entre as situações dos municípios, segundo Silva, podem ser vistas analisando as soluções para manter o ensino diante das recomendações de distanciamento social.
“Desde o primeiro momento da suspensão das aulas, as redes municipais ou a grande parte delas iniciou a elaboração de planejamentos que dessem conta desse período pandêmico. Houve atendimento dos estudantes por meio das tecnologias, mas em alguns casos, em alguns municípios, isso não foi possível num primeiro momento e ocorreu o envio de atividades impressas”, afirmou.
Diante desse cenário, a entidade elaborou um documento com recomendações para a adequação de escolas antes da retomada de aulas presenciais.
“São proposições que trazem orientações para que as redes municipais, escolas, gestores e professores tenham um norte para organizar esse possível retorno”, informou Silva, que também é secretário municipal de Educação no município de Belém de Maria, na Zona da Mata.
“Temos os protocolos sanitários, a organização posta para o retorno, mas tudo isso não garante ainda a segurança na totalidade. A transmissibilidade do vírus ainda existe […] e por mais que se tenha a sensação de que nós não estamos num período pandêmico, isso não é verdade”, disse o representante da Undime-PE. (G1/PE)