O coordenador do Sintepe de Petrolina, Robson Nascimento, foi entrevistado no Nossa Voz desta sexta-feira (7) para falar sobre a greve dos professores da educação que está programada para ocorrer no dia 25 de julho. Ele expressou surpresa em relação às declarações da governadora Raquel Lyra, que afirmou estar surpresa com a greve. Nascimento ressaltou que a greve já havia sido decidida em assembleias anteriores, e que o governo tem contribuído para o agravamento da situação.
“Nós recebemos essa declaração tão surpresa como ela, ela disse que recebeu a notícia da greve. A greve já tinha sido desde a assembleia anterior. A gente fez uma assembleia na frente da Assembleia Legislativa, na Alepe e nós recebemos lá com indicativo de greve para a próxima Assembleia, então não tinha surpresa nenhuma e a Governadora não deve fazer uma declaração desse tipo se todos os movimentos que o governo fez até agora foi empurrar a categoria para uma greve”, afirmou o Robson.
Segundo o coordenador, desde janeiro o sindicato tem buscado diálogo com o governo, construindo uma comissão de negociação e realizando paralisações para pressionar por reajustes salariais. ““Desde janeiro, chamamos o governo para dialogar, a gente construiu a nossa equipe de comissão de negociação, caminhamos a construímos a falta de negociação, enviamos essa falta para o governo, fizemos aí várias paralisações, fato grande paralisações do estado. Só na assembleia, nós fizemos 10 assembleias.”, pontuou.
A atualização do piso salarial aprovada pelo governo não atendeu às expectativas da categoria. “É no mínimo estranho esse projeto aprovado. A que ela também se refere foi avanço, não contemplou realmente toda a categoria. Não contempla, porque ela apenas atualizou o PISO salarial do magistério e piso salarial é uma lei que regulamenta o valor mínimo a ser pago para os profissionais. E os professores que têm formação em nível médio, o índice de correção do piso pra esse ano o valor do piso é de R$4.420,55 centavos, com uma correção de 14.95%. Então ela só fez atualização nessa lei que foi aprovada, ela só fez atualizar o piso ou seja aquelas profissões que teriam direito a uns 14.95 no magistério, só teve o direito 13.35% de reajuste. Esse é norma, os professores com graduação que eles têm só a faculdade tem licenciatura plena, eles tiveram um reajuste entre 13.35%”, analisou.
O coordenador destaca que, de acordo com a lei de greve, é necessário um prazo mínimo de 72 horas entre a decretação e a deflagração da greve. O sindicato está dando um prazo maior para o governo entrar em negociação, aproveitando o período de recesso escolar. Caso não haja avanço nas negociações, a greve será deflagrada no dia 25 de julho, com uma assembleia no Teatro da Boa Vista, em Recife.
Nascimento ressalta que a greve é uma medida extrema, mas que não há mais como adiar, pois o governo não apresenta perspectivas de melhora nas negociações. Ele destaca que, apesar das contratações de novos professores, ainda há carência de profissionais e muitos enfrentam dificuldades para tirar licenças ou se aposentar. Além disso, ele cita a precariedade da estrutura das escolas e a falta de qualidade na merenda escolar como problemas que também afetam os estudantes. “Jovens em idade escolar fora da escola e a gente não vê o governo se mexer para resolver essa situação. A gente luta, cobra por melhoria nas estruturas das escolas, já merenda escolar esta defasada, tá faltando merenda, merenda de má qualidade os estudantes estão reclamando muito.”, ressaltou.
O coordenador enfatiza que a greve é uma luta pela educação de qualidade em Pernambuco e conta com o apoio de entidades estudantis. Ele acredita que a mobilização conjunta da sociedade, dos estudantes e dos professores pode trazer avanços para a educação no estado. “Inclusive nós tivemos a presença de duas entidades estudantis do movimento secundarista na nossa Assembleia apoiando a greve dos professores da categoria.”.