No contexto de pandemia, as universidades não serão as mesmas de sempre. Salas de aula lotadas, eventos presenciais nos campi estão fora de cogitação. Para continuar a fazer educação superior pública, o jeito é se adaptar.
Na Bahia, a Universidade Estadual (Uneb) está com uma série de elaborações e recomendações para o planejamento do futuro retorno das atividades presenciais. Um documento foi feito por uma comissão instituída pela universidade para acompanhar e orientar as condutas institucionais acerca da pandemia do covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
“Acho que saímos na frente pelo caráter multicampi da Uneb, que deve tornar o nosso desafio maior do que o das outras universidades”, disse o presidente da comissão, o professor de medicina Paulo Barbosa. Além dele, outras oito pessoas compõe a comissão, que não possui caráter deliberativo. As recomendações feitas ainda serão apreciadas pelo Conselho Universitário (CONSU), este sim que vai elaborar as diretrizes para o futuro retorno, que pode ser a longo prazo, inclusive.
Para a comissão, essa volta às aulas presenciais deve ser gradual, sendo ainda estimulada as atividades remotas, mediadas por tecnologias online, para os componentes curriculares teóricos. Isso não significa que somente as aulas práticas, aquelas que precisam ser feitas presencialmente, como em laboratório, vão voltar, a primeiro momento. “São os colegiados que devem definir quais as disciplinas que podem voltar e quais os professores que podem ministrar aulas online”, disse Dayse.
Outras medidas:
Outra recomendação da comissão que orienta as ações da Uneb acerca da pandemia é que as atividades realizadas na universidade permitam que seja mantido dois metros de distanciamento entre as pessoas. Isso vai impactar diretamente na capacidade das salas de aulas, que terão uma expressiva redução.
Mais medidas foram recomendadas com o foco na comunidade acadêmica, como o mapeamento de servidores e estudantes que integram grupo de risco. Os identificados devem desenvolver suas atividades laborais em home office.
Mesmo assim, a comissão organizadora das recomendações não arrisca dizer uma data para a volta das atividades presenciais. “Nós já estamos observando que a curva de óbitos está achatada, mas a insegurança que vivemos é a de que a população relaxou muito o isolamento social. Então, podemos ter um prolongamento do pico da curva. Sem a deflexão, não há como voltar”, disse Paulo Barbosa, professor de medicina. Confira todas as medidas recomendadas pela comissão da instituição.