“Não é uma prática republicana, precisa ser investigada”, diz Alfredo Pinheiro sobre diferença no preço da gasolina em Juazeiro e Petrolina

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A diferença no preço da gasolina em Juazeiro e Petrolina, cidades vizinhas em Pernambuco, vem chamando atenção e gerando questionamentos. Em Juazeiro, o litro da gasolina está sendo vendido a R$ 5,29, enquanto em Petrolina, o preço chega a R$ 6,38, uma diferença de R$ 1,09.

Para entender os motivos dessa discrepância, o repórter Marco Aurélio conversou com Alfredo Pinheiro Ramos, presidente do Sindicombustíveis de Pernambuco. Segundo ele, a diferença não se justifica pelos custos de frete, que são de aproximadamente R$ 0,05 por litro entre as duas cidades.

“No mundo inteiro existe um paralelismo de preço, porque a fonte de compra é uma só. A Petrobras ou através de produtos importados representam em torno de 80% do valor do produto. Os impostos, ICMS e federais, como PIS e Cofins, representam 20%. O restante é para a distribuidora e a transportadora”, explica Ramos.

O presidente do Sindicombustíveis aponta para uma possível prática ilegal de sonegação de impostos como explicação para a diferença de preço. “Algumas empresas estão importando gasolina por um corredor de importação nacionalista, pelos portos de Suape, Salvador e Maceió, e deixando a carga no meio do caminho”, afirma. 

Segundo ele, a diferença de preço não se justifica pelos custos de frete, que são de aproximadamente R$ 0,05 por litro entre as duas cidades.

“A gente só entende que tem alguma coisa que não está sendo trabalhada de forma correta. Então deve ter alguma coisa que deve ser investigada. Aquele que vende barato é o bom e aquele que vem com preço justo que possa remunerar o seu trabalho pagar as obrigações pagar os impostos, esse fica com um referencial de uma pessoa que tá querendo ganhar muito dinheiro. Então, quando a gente vê que as pessoas não abastecem com a diferença pequena de 5 a 10 centavos, imagina a pessoa com a diferença de um real.” afirma Ramos. 

Ramos argumenta que vender a gasolina abaixo do preço de custo é inviável para os postos de gasolina. “Um posto precisa vender uma boa quantidade de combustível para tirar seus custos fixos, como água, luz, salário, aluguel e manutenção do imóvel. O custo mais barato de um posto pequeno de combustíveis é entre R$0,50 e R$ 0,70. Vender abaixo do preço de custo não é uma concorrência republicana”. 

O presidente do Sindicombustíveis defende que os postos que vendem a gasolina a preços justos não estão querendo ganhar muito dinheiro. “Somos uma ilha de serviço. Temos iluminação pública, somos vigias da região, temos loja de conveniência, calibrador de pneus. Tudo isso ajuda a pagar as despesas. Vender pelo preço de custo não é possível”, diz Alfredo.