Casos confirmados de Febre do Oropouche em PE passam de 13 para 72 e governo toma medidas para prevenção da arbovirose

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A secretaria de Saúde de Pernambuco confirmou 59 novos casos de Febre do Oropouche no estado, concentrados em especial no Grande Recife e na Zona da Mata. Os registros saltaram de dois casos no mês de maio, para 13 ocorrências no início de julho, e agora para 72 . O governo ampliou o número de exames realizados em pessoas com sintomas e que tiveram resultado negativo para as outras arboviroses: dengue, zika e Chikungunya.

O maior número de registros fez acender o sinal sobre a necessidade de orientar a população sobre como se prevenir da doença, em especial as mulheres grávidas, crianças e pessoas idosas. A maior concentração de casos foi em cidades da Zona da Mata e do Grande Recife.

Bezerra lembrou que, enquanto o mosquito Aedes aegypti tem entre 6 e 7 milímetros, o maruim tem apenas 1 milímetro e é quase imperceptível visualmente para os seres humanos.

“É comum que esses insetos estejam em materiais orgânicos, no mangue, locais úmidos, alagados. Não temos produtos efetivos para combater esse mosquito. Podemos trabalhar com o comportamento da população. Informar a importância de usar repelente, roupas mais longas, não acumular lixo em casa. E para as prefeituras, que intensifiquem o recolhimento do lixo, para que não fique muito tempo ao ar livre”, complementou.

No caso de crianças, idosos e gestantes, o diretor-geral da Vigilância Ambiental chamou atenção para cuidados mais intensivos e lembrou que o tipo de repelente também precisa ser especial, menos tóxico.

A identificação da Febre do Oropuche num feto morto em Pernambuco, anunciada no início de julho pela Secretaria Estadual de Saúde, e a nota técnica emitida pelo Ministério da Saúde, na qual relatou a presença do vírus em quatro crianças que nasceram com microcefalia (sem detalhar os locais dessas ocorrências), chamaram ainda mais a atenção das autoridades para a necessidade de ações de prevenção da doença, especialmente nas mulheres grávidas.

De acordo com a diretora do Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE), Keilla Paz, a ocorrência do vírus identificado no feto ainda está passando por mais análises laboratoriais, mas já existem pesquisas que identificaram o Oropouche em tecido da placenta e por isso as gestantes devem ter mais atenção.

Ao apresentar os sintomas, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde mais próxima para fazer o exame de sangue no tempo certo, de até cinco dias, para identificar qual é o vírus que está provocando a doença.

Eduardo Bezerra, da Vigilância Ambiental, explicou que não é possível associar a Febre do Oropouche a casos de má formação congênita em fetos e crianças.

“Pernambuco foi o epicentro da Síndrome da Zika na época de maior proliferação do vírus e também o pioneiro nas pesquisas sobre o assunto. É bom que a gente deixe delimitado que não é possível afirmar que existe associação entre a microcefalia e a Febre do Oropouche. Mas é preciso reconhecer que existe um indicativo para orientar e desencadear ações de prevenção ao vírus e por isso a gente conta com a colaboração da população”, explicou Eduardo Bezerra.

Fonte: G1