Bahia mantém desigualdade na distribuição de médicos e está abaixo da média nacional, diz CFM

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Foto: Reprodução

Dados da edição 2020 da Demografia Médica no Brasil mostram a manutenção de um problema antigo no país: a desigualdade na distribuição destes profissionais em todos os estados. No ano em que o mundo foi impactado pela pandemia da Covid-19, que até esta segunda-feira (21) infectou mais de 7 milhões de brasileiros e matou 187 mil pessoas no país, uma das conclusões do levantamento é de que a disponibilidade de médicos não é suficiente para enfrentar uma crise sanitária, e nem para alcançar o objetivo de acesso universal da população a serviços de saúde de qualidade.

A Bahia segue a tendência nacional e concentra a maioria dos seus profissionais na capital, mas ao observar a razão entre a população e o número de profissionais, a situação no estado é mais grave do que no país. Isso porque aqui foram identificados 1,64 médico por cada mil habitantes, enquanto o índice nacional é de 2,49.

Estão na Bahia 4,7% dos médicos do país, segundo dados de 2019 e 2020. O levantamento foi divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Essa é a quinta edição do estudo da Demografia Médica no Brasil, que em 2020 completa dez anos.

São 24.413 médicos na Bahia. Desses 47,3% são mulheres e 52,7% homens. A média de idade dos profissionais é de 44,8 anos.

Os dados mostram que em 2020 foi a primeira vez na série histórica que nenhum estado apresentou razão menor que um médico por mil habitantes. O destaque entre os piores índices vai para o Pará (1,07) e Maranhão (1,08), que continuam sendo os com menor número de médicos em relação à população.

Na outra extremidade se destacam sete estados com mais de 2,50 profissionais por mil habitantes, um seleto grupo que não inclui a Bahia.

O levantamento revela ainda que no conjunto das capitais há 5,65 médicos por mil habitantes, enquanto os habitantes do conjunto das cidades do interior contam com cerca de 1,49.

Ao observar as regiões do país os dados mostram que os moradores de municípios do interior de todos os nove estados do Nordeste contam com um ou menos médico por mil habitantes.

Em Salvador existem cerca de 14 mil profissionais. A razão na capital baiana é de 4,90, ao tempo em que no interior da Bahia o indicador é de 0,86.

Especialidades

No Brasil as especialidades com maior número de profissionais são Clinica Médica (11,3%), Pediatria (10,1%), Cirurgia Geral (8,9%) e Ginecologia e Obstetrícia (7,7%). Juntas elas concentram 38% do total.

Na Bahia são 13,6 mil médicos especialistas. Sendo 2,1 mil em Clínica Médica, 1,7 mil em Pediatria, 146 em Medicina de Família e Comunidade, 1,5 mil Ginecologistas e Obstetras, 1,8 mil em Cirurgia Geral e 865 em Cardiologia.