Com a interdição de um dos acessos mais importantes entre Petrolina e Juazeiro devido às obras da travessia urbana, o trânsito da região se tornou um desafio para condutores e pedestres. Para abordar as medidas adotadas na tentativa de minimizar os transtornos, conversamos com Paulo Valgueiro, representante da Ammpla (Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina).
“Na segunda-feira (27), foi o pior dia porque coincidiu com o retorno das aulas e o fechamento da descida da ponte. Somando isso aos 55 mil veículos que passam diariamente pelo local, o resultado foi o caos total. No entanto, desde a semana passada, já estávamos trabalhando em formas de minimizar os impactos. O transtorno existe e continuará existindo, pois a rampa foi fechada. Antes, tínhamos quatro faixas alimentando a ponte: duas do viaduto e duas da rotatória. Agora, tudo se resume a uma única faixa no final. E sabemos que, infelizmente, o brasileiro não tem o hábito de ceder passagem, o que agrava ainda mais a situação.”
Segundo Valqueiro, desde o anúncio da interdição, a Ammpla tem trabalhado de forma coordenada com outras instituições, incluindo o Dnit, a PRF e as prefeituras de Petrolina e Juazeiro. “Assim que o fechamento foi anunciado, a Ammpla começou a atuar nas ruas. Tivemos reuniões com o Dnit de Petrolina, a PRF e, posteriormente, com o Dnit da Bahia, responsável pela obra. Houve também encontros com a construtora e a ANTT para buscar soluções. Em seguida, os prefeitos Simão Durando e Andrei realizaram uma reunião conjunta sobre o tema. Ontem (30), por exemplo, estivemos no local, no meio da via, analisando a situação. Estamos negociando para manter a rampa aberta o máximo de tempo possível, fechando apenas quando a junção das partes da obra for necessária.”
Porém, ele destacou que apesar das dificuldades, a Ammpla tem tomado medidas para minimizar os impactos imediatos no trânsito.”Sabemos que as obras vão melhorar o fluxo em um ano ou um ano e meio, mas, até lá, precisamos minimizar os efeitos. O trânsito de Petrolina e Juazeiro é regional e exige uma abordagem conjunta. Temos 21 agentes dedicados exclusivamente à operação da ponte. Além disso, estamos orientando os condutores sobre alternativas viáveis. Dependendo do destino, não é necessário passar pela rotatória do Barranqueiro. É possível acessar o centro pela Avenida Integração, pelo bairro Gercino Coelho, pela Clementina Coelho ou através da Orla.”
Ele ressalta ainda que, na rotatória, onde o congestionamento é mais intenso, os agentes têm ajustado manualmente o semáforo para aliviar o fluxo de veículos. “Na rotatória, onde o congestionamento é maior, mantemos agentes monitorando e intervindo. O semáforo tem tempo fixo, mas os agentes podem fazer ajustes manuais conforme a necessidade. Também mantemos a rota do transporte coletivo e buscamos otimizar o fluxo dos ônibus. Outra medida foi o ajuste nos terminais do transporte complementar, para evitar que esses veículos passem pela rotatória.”
Em relação à fiscalização e à segurança no trânsito, Valgueiro destacou a importância da colaboração entre a Ammpla, PRF e o Dnit. “Apesar de a via ser federal, estamos trabalhando em parceria com a PRF e o Dnit. A PRF tem uma área extensa para fiscalizar e não dispõe de agentes suficientes para atuar apenas nesse trecho. Por isso, nossos agentes estão presentes para orientar e intervir quando necessário.”
Durante a entrevista, o representante da Ammpla alertou para os riscos de distração.”Pedimos paciência e atenção dos condutores. É fundamental manter distância segura do veículo à frente e dar prioridade a ambulâncias. Também alertamos para o uso de celulares na retenção. Muitos motoristas estão filmando ou enviando mensagens ao invés de focar na direção, o que pode resultar em acidentes e piorar ainda mais o trânsito.”
Diante desta situação, ao ser procurado se aproveitaria o momento para convocar novos agentes, ele reforçou que Ammpla enfrenta um desafio adicional: o concurso para novos agentes de trânsito está com um novo cronograma devido a uma ação judicial. “Infelizmente, o concurso para novos agentes está com novo cronograma devido a uma ação judicial sobre uma das etapas. Cumprimos todas as exigências necessárias e aguardamos o posicionamento da Justiça para dar continuidade ao processo. Enquanto isso, trabalhamos com os agentes que temos.”
Além dos motoristas, a Ammpla também tem buscado uma fiscalização mais rígida sobre mototaxistas e motoristas de aplicativos.”Tivemos reuniões com representantes dos mototaxistas e motoristas de aplicativos para discutir a fiscalização e a necessidade de cumprir a legislação. A operação de fiscalização, que estava prevista para esta semana, foi adiada devido à situação da ponte. Reforçamos que motoristas de aplicativo não precisam de identificação em seus veículos ou uniformes, pois seu ponto de trabalho é o celular.”
A situação do trânsito em Petrolina segue sendo um desafio, mas as ações emergenciais continuam em andamento para minimizar os transtornos. A população é orientada a seguir as recomendações e buscar rotas alternativas sempre que possível.